Irritado com a demora no andamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião com nove ministros e os presidentes do BNDES, da Caixa Econômica Federal, e da Petrobras, para exigir mais rapidez nos trabalhos. Na reunião, Lula avisou que vai percorrer o país para visitar cada obra do PAC, ver como estão se desenvolvendo e os motivos do atraso.
Nessas viagens, ele se reunirá com representantes dos estados e dos municípios para discutir os gargalos do programa. Uma das principais preocupações de Lula é que, com os atrasos, as obras do PAC não fiquem prontas. Elas são o grande cabo eleitoral de seu governo e a maior bandeira da campanha presidencial de 2010.
No início deste ano, Lula havia determinado que as empresas responsáveis pelas obras do PAC deveriam contratar um terceiro turno de trabalho, para acelerar as obras e gerar mais empregos. Ontem, ele se queixou do fato de que sua orientação não foi seguida. E reclamou da dificuldade em "fazer as coisas saírem do papel".
Depois de se reunir com os ministros, em conjunto, Lula realizou encontros separados e dedicou boa parte do dia a discutir os problemas do Ministério dos Transportes, onde está localizada grande parte das obras, e onde existem muitos problemas. Os atrasos nas obras das rodovias, principalmente, preocupam bastante o presidente.
Pressionado, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) cobrou rapidez das empreiteiras. O diretor-geral, Luiz Antonio Pagot, disse recentemente que algumas empresas devolveram obras, pois haviam assumido contratos acima de sua capacidade operacional. As segundas colocadas nos processos licitatórios foram chamadas.
Da reunião conjunta com Lula participaram os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff; da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima; da Secretaria de Portos, Pedro Britto; das Cidades, Márcio Fortes; dos Transportes, Alfredo Nascimento; da Defesa, Nelson Jobim; de Minas e Energia, Edison Lobão; do Meio Ambiente, Carlos Minc; e da Coordenadora Geral da União, Jorge Hage, além dos presidentes do BNDES, Luciano Coutinho, da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho e da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.