Entrevista
Angelo Vanhoni, deputado federal pelo PT e candidato derrotado por três vezes em eleições à prefeitura de Curitiba (1996, 2000 e 2004).
O senhor é pré-candidato à prefeitura de Curitiba novamente?
Eu acho que é cedo para definir nomes.
E o apoio do PT a uma possível candidatura do ex-deputado Gustavo Fruet (sem partido), o senhor acha viável?
Aliança é importante. O PT precisa discutir um projeto para a cidade de Curitiba e depois decidir sobre o nome. O PMDB tem pré-candidato, o [ex-deputado e ex-ministro] Rafael Greca. O PSC tem o Ratinho Júnior. Todos os partidos estão começando a se articular.
O senhor acredita que é necessária uma aliança de várias legendas para enfrentar o atual prefeito Luciano Ducci (PSB), que é apontado como pré-candidato com o apoio do governador Beto Richa (PSDB)?
Nós precisamos de uma unidade de projeto, um programa para a cidade. Isso [como enfrentar Ducci] é tática eleitoral e não é o momento disso agora.
Partido busca candidatos próprios para o interior
O PT se articula para viabilizar candidatos da própria legenda para disputar a prefeitura das principais cidades do interior do Paraná em 2012. Segundo dirigentes do partido, a previsão é de que até setembro as principais lideranças tenham um quadro mais consolidado sobre as articulações políticas em cada uma das maiores cidades paranaenses para discutir a política de alianças no encontro nacional do partido, que acontecerá em São Paulo.
O maior grupo interno do Partido dos Trabalhadores (PT), chamado de Construindo um Novo Brasil (CNB), reúne-se hoje à noite em um hotel no centro de Curitiba para apresentar a pré-candidatura do deputado federal Angelo Vanhoni à prefeitura da capital em 2012. Porém, o anúncio é uma espécie de cortina de fumaça. O lançamento do nome de Vanhoni é uma resposta às alas mais à esquerda da legenda, que já anunciaram os deputados Tadeu Veneri e Dr. Rosinha como pré-candidatos também. No fundo, a disposição do PT é discutir com partidos aliados a união de forças e, nesse cenário, o principal nome capaz aglutinar a oposição ao prefeito Luciano Ducci (PSB) é o do ex-deputado Gustavo Fruet (sem partido).
Por trás de toda a articulação política para definição de candidatos está a disputa de poder em outras esferas, avalia o professor de Direito Constitucional e Ciência Política Carlos Strapazzon. Ele acredita que a decisão do PT sobre lançar candidato próprio ou fazer parte de uma coligação com um nome de outro partido no ano que vem passa pela definição de alianças para as próximas eleições estaduais e nacionais. "As lideranças partidárias [do PT no Paraná] têm movimentos pragmáticos para manter ou aumentar o poder", avalia.
Exemplo disso é a posição da presidente do PT em Curitiba, a ex-vereadora Roseli Isidoro. Segundo ela, a decisão do partido ter um candidato próprio em 2012 ou apoiar Fruet passa por avaliar a melhor opção para ter uma coligação forte, capaz de fazer crescer a bancada na Câmara Municipal, que hoje tem três representantes entre os 38 parlamentares. "A preocupação é também aumentar o número de vereadores."
Fruet
Oficialmente, o PT não descarta nenhum cenário, mas nas entrelinhas as lideranças esperam uma ampla aliança em torno de um nome viável para fazer frente eleitoralmente ao atual prefeito de Curitiba. Recentemente, o ministro das Comunicações, Paulo Bernando integrante da corrente majoritária dentro do PT admitiu em entrevista a Gazeta do Povo a parceria com Fruet. "Não vou negar que nós estamos olhando com atenção essa situação", disse o ministro.
Outros líderes reforçam essa tendência. "Avalia-se a aliança com Fruet, mas qualquer decisão depende de saber em qual partido ele vai se filiar. Se for da base de apoio do governo federal, poderemos conversar", diz Ênio Verri, presidente estadual do PT. "Não podemos fechar o diálogo com os partidos que integram a base do governo federal", declarou Isidoro.
A articulação para enfrentar Ducci também leva em conta atualmente a reunião de grupos políticos em torno do governador Beto Richa, principal aliado do atual prefeito. Além do PSB e do PSDB respectivamente, partidos de Ducci e Richa outras legendas devem apoiá-lo, como o DEM e o PP.
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