O governo federal minimizou ontem o peso da PEC 300, que prevê um piso nacional para a polícia, na articulação do movimento de greve de policiais militares. "Há uma preocupação, obviamente, de todos nós, com esta situação", afirmou a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, após reunião do conselho político no Palácio do Planalto. "Agora, fica bastante claro que isso não se restringe a uma votação de uma PEC, não se restringe ao debate do direito de greve." O governo federal ainda monitora a situação em estados onde há ameaça de greve, mas pondera, que com o fim da greve na Bahia, e agora no Rio de Janeiro, o movimento ficou enfraquecido. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (foto), chegou a afirmar que os crimes e os atos de vandalismo que teriam sido praticados por policiais militares durante a paralisação também afastaram o interesse das polícias de outros estados em aderir à greve.
Para pensar...
"Há uma dificuldade para o magistrado em detectar quais são os patrocinadores de um determinado evento e isso começa a desgastar o Poder Judiciário."
Eliana Calmon, corregedora do CNJ, sobrea decisão do conselho de realizar consulta pública para discutir regras sobre a participação de magistrados em eventos patrocinados por empresas privadas.
Sonho presidencial
A presidente Dilma Rousseff disse ontem aos aliados que pretende ver aprovados neste ano os projetos que criam o fundo de previdência complementar dos servidores públicos (Funpresp), a Lei Geral da Copa, o Código Florestal e as medidas provisórias enviadas pelo governo que tramitam ou vão tramitar no Congresso. Ontem, Dilma agradeceu aos líderes e presidentes de partido presentes na reunião do Conselho Político o empenho na aprovação das matérias de interesse do Executivo.
Estados agradecem
Os líderes do governo e do PT no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR, foto) e Walter Pinheiro (BA), afirmaram ontem que vão trabalhar para apresentar até o meio do ano uma proposta que altera a distribuição do Fundo de Participação de Estados (FPE). O Supremo declarou em julgamento que a atual forma de rateio dos recursos é inconstitucional, dando prazo até o dia 31 de dezembro deste ano para o Congresso alterar a maneira de divisão dos recursos. A intenção dos líderes é deixar a proposta pronta para ser votada logo após as eleições municipais de outubro. Em seguida, o texto seguirá para a Câmara dos Deputados e, se aprovado, vai para sanção presidencial.
Vergonha alheia
Ontem, durante a prestação de contas do governo referentes a 2011 na Assembleia Legislativa do Paraná, o secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, elogiou a Casa por ter devolvido R$ 90 milhões ao Executivo no ano passado. Em resposta, o presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB), agradeceu as palavras e estendeu o elogio a todos os deputados, que, segundo ele, contribuíram para que a devolução chegasse a esse valor. Logo em seguida, Hauly e outros dois secretários de Estado que estavam na Mesa Executiva ao lado de Rossoni emendaram uma salva de palmas. No plenário, porém, não houve a menor menção de fazer coro aos aplausos. O climão foi mais uma das demonstrações de que a relação entre Rossoni e os colegas azedou de vez.
Pinga-fogo
"Nosso problema é que as posições da ministra não são compatíveis com alguém que vai conduzir políticas públicas."
Eduardo Cunha, deputado federal (PMDB-RJ), sobre o posicionamento da nova ministra da Secretaria de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, a favor do aborto.
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Colaborou: Euclides Lucas Garcia.
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