No primeiro evento após anunciar a saída da força-tarefa da Lava Jato, o delegado Marcio Anselmo, da Polícia Federal (PF), evitou mencionar a operação. O delegado participou de um painel do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado do Paraná (Sescap) na tarde desta sexta-feira (17) e falou sobre lavagem de dinheiro, mas evitou fazer referências à Lava Jato. Na saída do evento, Anselmo não quis falar com a imprensa sobre seu desligamento da operação e disse apenas que não tem apego às investigações.
“Se eu tivesse apego, não teria pedido transferência”, disse o delegado. Anselmo está na Lava Jato desde o seu início, em 2014, e chegou a ser o coordenador da força-tarefa na Polícia Federal. Atualmente, é o responsável por inquéritos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No final do mês passado, o delegado pediu prorrogação do inquérito envolvendo um sítio em Atibaia, que a PF acredita ser do ex-presidente.
PF divulga nota para negar suposto desmantelamento da Lava Jato
Leia a matéria completaO sítio está registrado em nome dos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar, sócios do filho do ex-presidente, Fábio Luis Lula da Silva. Uma perícia da PF no local, porém, encontrou evidências de ocupação apenas da família de Lula no imóvel. O ex-presidente nega ser o dono da propriedade.
Na saída do evento Marcio Anselmo afirmou, ainda, que pretende continuar em Curitiba “pelo menos até o aniversário” da Lava Jato. A operação foi deflagrada no dia 17 de março de 2014 e comemora o terceiro aniversário neste ano.
O delegado pediu transferência de Curitiba alegando “esgotamento físico e mental”. Ele deve assumir a corregedoria da Polícia Federal no Espírito Santo. A mudança, no entanto, ainda não tem data para acontecer.
Ao pedir desligamento da força-tarefa, Anselmo negou que haja interferência nas investigações e se colocou à disposição para continuar auxiliando os investigadores de Curitiba. “Minha saída do grupo não me impede de continuar auxiliando nos trabalhos com toda a expertise adquirida ao longo desse período”, disse o delegado em uma carta endereçada ao superintendente da PF no Paraná Rosalvo Ferreira Franco.
Palestra
No evento dessa sexta-feira (17), Marcio Anselmo falou sobre lavagem de dinheiro. Para um grupo de empresários, o delegado reforçou o papel dos profissionais da contabilidade para combater a lavagem de recursos ilícitos.
As maneiras mais comuns para lavagem, segundo Anselmo, são a criação de empresas de fachada e fraudes em operações comerciais internacionais. Ele lembrou que, por lei, os profissionais da contabilidade têm obrigação de comunicar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) casos de movimentação suspeita de seus clientes.
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