Renan Calheiros vai deixar a presidência do Senado no início de fevereiro.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Após uma polêmica gestão na presidência do Senado, o peemedebista Renan Calheiros (AL) agora está de olho no principal colegiado permanente da Casa: a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, a CCJ.

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Oficialmente, ele ainda não é candidato à sucessão de José Maranhão (PMDB-PB), mas aliados confirmam que há interesse dele pela vaga, a mais cobiçada depois da cadeira máxima do Legislativo.

O comando do Senado deve ficar nas mãos de Eunício Oliveira (PMDB-CE), que tem o apoio do Planalto, e também de Renan, para assumir a missão. Já na CCJ, embora se saiba que a principal cadeira do grupo é do PMDB, outros nomes circulam nos corredores.

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Além de Renan, também estariam ensaiando uma candidatura para a CCJ os peemedebistas Edison Lobão (MA), Eduardo Braga (AM) e Rose de Freitas (ES).

Fiador do Planalto especialmente no final do ano passado, quando Michel Temer dependia de votações na Casa, Renan tem “bala na agulha” para reivindicar a cadeira.

Bombeiro ou incendiário?

Ninguém sabe qual será o comportamento de Renan à frente, eventualmente, da CCJ. Autointitulado “bombeiro” durante as gestões petistas, Renan acabou adotando uma linha beligerante no último semestre da sua gestão na presidência do Senado.

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A briga maior foi travada com o Ministério Público Federal (MPF) e com magistrados. E ainda não há um capítulo final, apesar da “trégua” decorrente do recesso.

Alvo da Lava Jato, Renan deve levar adiante, por exemplo, seu projeto de lei que trata do abuso de autoridade. O texto está agora na CCJ, após uma fracassada tentativa de votá-lo com urgência no plenário da Casa, em dezembro.

Se for confirmado para a cadeira no colegiado, Renan ficaria responsável por definir o ritmo ao projeto de lei. Ele também terá em mãos praticamente todas as matérias protocoladas no Senado, e que dependem do aval inicial da CCJ para tramitar na Casa.

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Lava Jato

Outra prerrogativa da CCJ é sabatinar o candidato à vaga de procurador-geral da República, chefe máximo do MPF. O atual, Rodrigo Janot, que não descarta tentar a reeleição, já pediu até a prisão de Renan no passado, em função da Lava Jato. O mandato de Janot termina em setembro.

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A maior investigação de combate à corrupção no país ainda promete desdobramentos espinhosos neste ano, a partir da homologação das delações da Odebrecht, e a tensão entre Renan e o MPF pode aumentar.

Em um depoimento de um ex-funcionário da Odebrecht, já “vazado” à imprensa, Renan é citado entre os políticos que atuariam a favor de interesses da empreiteira no Legislativo, em troca de propina. Ele nega ter cometido crimes. Na lista de “políticos da Odebrecht”, o codinome de Renan é “Justiça”.