O presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, deixa nesta quinta-feira (18) o comando da Corte, sem poupar novas críticas à corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, com quem se estranhou. Na entrevista que concedeu ao site Consultor Jurídico, Peluso afirmou que ela não obteve resultados concretos e estaria tirando proveito de investigações anteriores à sua gestão, dando a entender que a juíza quer se promover. A assessoria de imprensa do tribunal confirmou as declarações de Peluso.
"Ela pode ser bem intencionada, mas até agora não existe resultado concreto algum, nem a apuração dos supostos bandidos de toga que disse existir até agora não deu em nada. Existe o caso que está no STF sobre o Tribunal do Tocantins, mas isso começou na gestão do corregedor passado, quem preparou tudo aquilo foi o ministro Gilson Dipp, ela não colocou a mão em nada. Isso está no STJ há anos. É uma situação velha. Ela está tirando proveito disso como se tivesse alguma ligação com sua gestão. Tudo aquilo já havia sido feito. Em termos de trabalho dela, parece que está desenvolvendo uma série de procedimentos nos tribunais, mas até agora não apareceu nada. Ela se deixou envolver por essa coisa efêmera que é a aparição na mídia. Ela explora isso", disse ao site.
Segundo Peluso, Eliana Calmon estaria se perdendo no contato com a mídia e deixando de lado o foco. "No mês de setembro ela sai, retorna para o tribunal dela, que é o STJ. Termina o mandato e volta. São apenas três meses. Que legado deixou?", declarou.
O presidente do STF disse ter perguntado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), se achava que Eliana Calmon tinha ambições políticas, ao que, segundo Peluso, teria respondido: "Se até pela cabeça do ministro Joaquim Barbosa passou isso, pode passar pela cabeça dela".
A afirmação faz referência ao fato de o ministro Joaquim Barbosa ter acatado o recebimento da denúncia contra os envolvidos no episódio do mensalão.
"Foi aplaudido em um bar do Rio de Janeiro, foi lançada a candidatura dele, e ele até gostou da ideia. Quando você se vê dentro da mídia, sendo o foco, tudo centralizado em você, tudo pode passar pela cabeça. É natural", afirmou Peluso.
Segundo ele, a decisão recente do Supremo sobre o papel da Corregedoria do CNJ não foi tranquila por não ter sido tomada por unanimidade.
"Mas foi algo apertado, 6 votos a 5. Foi algo extremamente discutido. Não foi algo tranquilo, não, não foi um 11 a 0. Quem decidiu esse resultado foi a nova ministra, Rosa Maria Weber, estava 5 a 5. Então não foi algo tão tranquilo assim."
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