Debandada
Dez governadores deixarão os cargos
Agência Estado
São Paulo - A aproximação do prazo final de desincompatibilização eleitoral, no Sábado de Aleluia, provocará esta semana a troca de comando em pelo menos dez estados. Com vistas às eleições de outubro, anunciaram que deixarão os cargos os governadores de Mato Grosso, do Amazonas, do Rio Grande do Norte, de Minas Gerais, de São Paulo, de Rondônia, de Goiás, do Amapá, Piauí e Paraná Roberto Requião entrega o governo hoje para o vice Orlando Pessuti (veja mais na página ao lado). Santa Catarina já está de governo novo. Na última quinta-feira, assumiu o vice-governador Leonel Pavan (PSDB) no lugar do então governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB).
O Senado é o sonho comum da maioria dos futuros ex-governadores. Com exceção de Serra, presidenciável do PSDB, e de Aécio, que foi cotado para ser vice na chapa de Serra, todos os outros têm destino certo: ser candidato à Casa, que troca dois terços dos legisladores nesta eleição. A Lei Eleitoral exige que ocupantes de cargos no Executivo se afastem do posto para concorrer a um mandato diferente do que exercem atualmente. A obrigação visa a garantir uma disputa justa entre os candidatos, muito embora não enquadre na regra os postulantes à reeleição.
A debandada dos governadores começou ontem, quando saíram do cargo Blairo Maggi (PR), de Mato Grosso; Eduardo Braga (PMDB), do Amazonas; Wilma de Faria (PSB), do Rio Grande do Norte, e Aécio Neves (PSDB), de Minas Gerais. Hoje, além do governador Requião, Ivo Cassol (PP), de Rondônia, deixa o cargo. Amanhã, José Serra (PSDB) sai do governo paulista e Wellington Dias (PT) deixará o comando do Executivo no Piauí. Em Goiás e no Amapá, os governadores Alcides Rodrigues (PP) e Waldez Góes (PDT) respectivamente desincompatibilizam-se no sábado, data máxima prevista para deixar o cargo.
São Paulo - Passados 39 meses de silêncio tático, o governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência, José Serra (PSDB), lançou-se ontem num confronto ao governo Lula e sua candidata, a ministra Dilma Rousseff. Em sua despedida do Palácio dos Bandeirantes Serra entrega sua carta de renúncia amanhã o governador de São Paulo transformou sua prestação de contas, justificativa oficial para o evento que reuniu 6 mil pessoas na sede do governo, no seu mais crítico discurso já feito ao governo federal.
Apresentando-se pela primeira vez como candidato, usou termos duros ao pregar a "honra" como um princípio de seu governo. "Aqui não se cultiva escândalos, malfeitos, roubalheira, mas também porque nunca incentivamos o silêncio da cumplicidade e da conivência com o malfeito", afirmou.
Serra que atravessou a madrugada para redação do discurso contrapôs seu governo ao do PT. Ainda que sem fazer uma única menção ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao mensalão, disse que a relação de sua administração com a Assembleia Legislativa foi marcada pela transparência em favor do povo. Dizendo que não administra segundo a coloração partidária, atacou: "A gente serve ao interesse público, não às máquinas partidárias. Governamos para o povo e não para partidos".
Alvo de manifestações dos sindicatos, Serra deixou clara a disposição de imprimir no PT o rótulo de sectarismo. "Jamais incentivei o confronto gratuito. Jamais mobilizei falanges de ódio. [...] E nisso não vou mudar", afirmou.
O governador encerrou seu discurso citando a frase presente no brasão do estado de São Paulo ("Pelo Brasil, façam-se as grandes coisas") e com um lema que deve nortear seus discursos de candidato: "Vamos juntos, o Brasil pode mais!".
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião