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O juiz da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Fausto Martin de Sanctis, optou nesta terça-feira (18) por permanecer no cargo, e rejeitou a possibilidade de promoção à função de desembargador federal do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região. O prazo para esta escolha acabava hoje. De Sanctis tem 17 anos de magistrado e, por causa do critério da antiguidade, era o candidato natural ao TRF-3. Em nota oficial, ele, que julga o caso da suposta tentativa de suborno do sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, a um delegado da Polícia Federal (PF), disse que refletiu muito nos últimos 30 dias sobre a questão, mas considerou que a decisão de aceitar a promoção seria pautada pela incerteza. "Não se trata de menoscabo ou desprezo de cargo relevante, muito menos de apego ou desapego", diz a nota.

De Sanctis ressaltou que novas vagas surgirão e que a decisão é temporária. "Não é a primeira vez que um magistrado deixa de se promover a um tribunal por vontade própria, e nem provavelmente será a última", destacou. "O trabalho que está sendo executado na 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, de que sou titular por muitos anos, com a importante ajuda de um corpo de abnegados funcionários, não se restringe a esta ou aquela hipótese, mas há uma soma de ações que visa à melhor entrega da tutela jurisdicional", alegou.

Protógenes Queiroz

Ainda em relação às investigações da Operação Satiagraha, o juiz da 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Ali Mazloum, decretou a devolução dos bens do delegado da PF Protógenes Queiroz, apreendidos há duas semanas como parte da Operação Gepeto, que investiga possíveis irregularidades na condução da Satiagraha.

Mas o juiz negou o pedido da defesa de Dantas para ter acesso ao inquérito da Gepeto. Os advogados alegavam que o acesso aos autos do processo poderia comprovar a participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na Satiagraha, o que, segundo eles, poderia anular todo o processo.

Na quarta-feira (18), a defesa de Dantas e dos lobistas Hugo Chicaroni e Humberto Braz apresentarão os memoriais da defesa ao juiz De Sanctis. Os advogados aproveitarão a ocasião para solicitar novamente o acesso ao inquérito da Operação Gepeto.

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