Demóstenes: licenciado do MP goiano desde 2001| Foto: Pedro Ladeira/Ag. Senado

Dia seguinte

Ex-senador diz que vai recorrer da cassação ao STF e troca de advogado

Folhapress

O senador cassado Demóstenes Torres (sem partido-GO) confirmou ontem que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) da decisão do plenário do Senado que cassou seu mandato. Na noite de quarta-feira, no mesmo dia em que foi cassado pelo plenário do Senado, Demóstenes escreveu na sua conta no microblog Twitter que vai ao STF para ter o mandato de volta. O agora ex-senador afirmou que já tem um novo advogado para cuidar desse processo. "Já estou com um [novo] advogado. No momento oportuno eu falo", disse, encerrando a conversa. "Eu não dou entrevista." Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que fez a defesa de Demóstenes no Senado, informou que não assumiria essa causa.

Encaixotado

Os pertences de Demóstenes que estavam no gabinete que ocupava no Senado começaram a ser encaixotados ontem por assessores. O primeiro suplente, Wilder Morais, tem 60 dias para tomar posse, prorrogáveis por mais 30. Filiado ao DEM, ele ainda não avisou ao partido quando pretende assumir o mandato.

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A Corregedoria do Ministério Público de Goiás (MP-GO) vai instaurar procedimento disciplinar para investigar "eventual falta funcional" do ex-senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), cassado na quarta-feira, em razão de seu envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Demóstenes se licenciou do MP goiano em 2001, quando ocupava cargo de procurador-geral de Justiça.

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Em nota divulgada na tarde de quarta-feira, a Corregedoria-Geral do MP informou que aguardava a publicação da decisão do plenário de cassar Demóstenes no Diário do Senado para instaurar um procedimento disciplinar "para apuração de eventual falta funcional". Nenhum procedimento foi instaurado até então porque as acusações e suspeitas contra o ex-senador não atingiram sua atuação como membro do Ministério Público.

Acusado de ter beneficiado a organização criminosa supostamente comandada pelo bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Demóstenes teve o mandato cassado por quebra de decoro parlamentar. Ele só poderá voltar a disputar eleições em 2027.

A licença de Demóstenes do MP goiânio perdeu efeito ontem, após ser publicada a decisão do Senado. Caso reassuma o cargo de procurador, Demóstenes voltará a atuar na 27.ª Procuradoria de Justiça, onde receberá um salário de R$ 22 mil, sem considerar os benefícios do cargo de procurador.

Além disso, mantido o vínculo com o MP-GO, Demóstenes continuará detendo foro privilegiado por prerrogativa de função. Assim, o processo que hoje corre no Supremo Tribunal Federal (STF) deverá ser remetido ao Tribunal de Justiça de Goiás. Já se ele for desligado do Ministério Público Estadual antes do julgamento, poderá ser julgado pela Justiça Federal em Goiás.

A Corregedoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público também está apurando o suposto envolvimento do procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres, com o grupo de Carlinhos Cachoeira. Benedito é irmão de Demóstenes.

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