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Vereadores de Curitiba, entre eles Aílton Araújo, presidente da Câmara Municipal. | Lucas Pontes/Gazeta do Povo
Vereadores de Curitiba, entre eles Aílton Araújo, presidente da Câmara Municipal.| Foto: Lucas Pontes/Gazeta do Povo

A discussão sobre a redução dos salários dos vereadores ainda não chegou a Curitiba. Até o momento, nenhum projeto alterando os vencimentos dos parlamentares foi apresentado na Câmara Municipal. Geralmente, a Câmara vota os subsídios da legislatura seguinte no final do ano anterior às eleições municipais – neste caso, 2015. A reportagem da Gazeta do Povo conversou com algumas lideranças da Câmara sobre a medida.

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Para o presidente da Câmara, Aílton Araújo (PSC), a ideia de reduzir salários dos vereadores é válida em cidades nas quais os parlamentares não se dedicam exclusivamente ao mandato. É o caso de Santo Antônio da Platina e Jacarezinho, onde os vereadores se reúnem apenas uma vez por semana e mantêm uma vida profissional paralela.

Em Curitiba, porém, ele considera que a ideia não se aplica. Como o cargo exige dedicação exclusiva, é necessário que o pagamento seja condizente. “Hoje, pela desmoralização da classe política, muita gente de bem já não vem participar. O candidato ainda vai ter que gastar com a campanha. Ele virá para cá trabalhar de graça?”, diz.

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Raciocínio semelhante tem o líder do prefeito, Paulo Salamuni (PV). “Se você diminuir o salário, como servidores públicos, profissionais liberais, trabalhadores irão representar o povo? Só poderia ser representante quem já tem poder econômico, o que torna a representação muito homogênea”, afirma. Ele destaca, ainda, que o salário atual dos vereadores é inferior ao de muitas categorias do município.

Já Valdemir Soares (PRB), líder da bancada “independente”, considera que o salário dos vereadores é “cortável”. “Com essa crise, não seria surpresa [uma redução]. Acho que um corte de cerca de R$ 5 mil seria possível”, afirma.

Subsídios

Hoje, um vereador de Curitiba ganha um subsídio bruto de R$ 15,1 mil – com descontos, esse valor é de R$ 11,4 mil. O presidente ganha R$ 19,7 mil. O valor do subsídio é fixado em lei, criada na legislatura anterior, e foi corrigido pela inflação nos últimos três anos. Na última ocasião, o reajuste de 6,54% causou polêmica na Câmara.

A atual legislatura será responsável por determinar os vencimentos da próxima legislatura. Pela Lei Orgânica do Município, essa lei tem que ser votada até 60 dias antes das próximas eleições. Usualmente, a Câmara vota o subsídio no ano anterior para evitar desgastes em ano eleitoral. Neste ano, porém, Araújo diz que o clima “não está bom”, e já admite deixar a discussão para o ano que vem.

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