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Decisão de Celso de Mello vale até o plenário se pronunciar | Felipe Sampaio/STF
Decisão de Celso de Mello vale até o plenário se pronunciar| Foto: Felipe Sampaio/STF

Plano B

Presidente da CPMI diz que trabalhos não serão afetados

Folhapress

Antes da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o depoimento de Carlinhos Cachoeira na CPMI, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), declarou que o adiamento não causará prejuízo aos trabalhos de investigação.

Como Cachoeira não aparecerá hoje, a tendência é que a CPMI realize reunião administrativa para votar requerimentos. "Não altera negativamente [os trabalhos da CPMI]. O relator está com um norte muito bem posicionado e o depoimento do acusado é importante, mas certamente o relator já tem os planos alternativos para o caso de ele exercer suas garantias de ficar calado ou de o Supremo decidir liberando da sua presença aqui", afirmou no fim da tarde de ontem.

A CPMI foi criada para investigar suas relações com agentes públicos e privados, eles o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), integrante da CPI, rebateu o argumento apresentado pela defesa de Cachoeira. "Não promovemos nada aqui que justifique o adiamento. Só trabalhamos com provas apresentadas que ele teve acesso há mais de um mês."

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Fe­­­deral (STF), autorizou o contraventor Carlos Au­­­gusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a não prestar depoimento hoje na CPMI instalada para apurar as relações dele com políticos. A decisão tem validade até que o plenário do STF julgue o mérito do pedido de habeas corpus movido pelos advogados de Cachoeira. Não há previsão de quando esse julgamento ocorrerá.

Ao atender a um pedido de liminar feito pelos advogados de Carlinhos Cachoeira que reclamaram não conhecer a integralidade das provas existentes contra ele, Celso de Mello baseou-se numa jurisprudência do STF que garante a todos investigados o direito de ter acesso a todos os documentos incluídos formalmente no inquérito. De acordo com o ministro, o investigado deve ter acesso inclusive a documentos, que embora sigilosos, já tenham sido formalmente incluídos no inquérito. Para o ministro, impedir esse acesso não é "constitucionalmente lícito".

"A jurisprudência constitucional do Supremo Tribunal Federal tem garantido, a qualquer pessoa sob investigação do Estado e, também, ao seu advogado (não importando que se trate de inquérito policial, de inquérito parlamentar ou de processo penal), o direito de conhecer as informações já formalmente produzidas nos autos (excluídas, portanto, aquelas diligências ainda em curso de execução), não obstante se cuide de investigação promovida em caráter sigiloso", afirmou o ministro em sua decisão, tomada no início da noite de ontem.

Celso de Mello observou que Cachoeira é investigado num inquérito aberto perante o STF e ostenta a posição de figura central na CPMI. Segundo o ministro, ao tomar esse tipo de decisão, o Supremo não está interferindo no Poder Legislativo. "Uma decisão judicial – que restaura a integridade da ordem jurídica e que torna efetivos os direitos assegurados pelas leis e pela Constituição da República – não pode ser considerada um ato de indevida interferência na esfera do Poder Legislativo", afirmou.

O ministro disse que a defesa de Cachoeira tem o direito garantido pela Constituição Federal de conhecer o processo. Segundo ele, o investigado deve ter acesso aos autos, por intermédio de seu advogado, que poderá examiná-los, tirar cópias e tomar notas.

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