Declarações de ex-presidente na tevê geram polêmica

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A participação do ex-presidente Lula no Programa do Ratinho, na última quinta-feira, gerou polêmica e reação da oposição que viu propaganda antecipada para o pré-candidato petista em São Paulo, Fernando Haddad. Em sua primeira aparição em um programa de televisão após a descoberta do câncer na laringe no ano passado, Lula ficou 40 minutos no ar e admitiu a possibilidade de voltar a ser candidato à presidência. "A única hipótese é se ela [Dilma] não quiser. E eu não vou permitir que um tucano volte à presidência do Brasil."

Na metade da participação, Haddad foi convidado por Ratinho a subir ao palco. "São Paulo precisa ter alguém que tenha o entusiasmo que ele teve quando era ministro", disse o ex-presidente, ao explicar porque o indicou. Em grande parte do tempo, Lula falou sobre seu tratamento contra o câncer na laringe. "O tratamento não é brincadeira", disse. O programa ainda teve um quadro que contou um resumo da história de Lula e outro que tratou do Prouni. Além disso, o ex-atacante Ronaldo e o cantor Zeca Pagodinho gravaram depoimentos ao programa.

Reações

Os partidos da oposição reagiram de forma incisiva à aparição de Lula na TV. "Essa declaração de que ele não deixará um tucano ser presidente do Brasil é antidemocrática, autoritária e reforça a ideia de que o ex-presidente Lula não anda bem da cabeça. Quem escolhe o presidente é o povo. É bom que o Lula fique atento que o Hugo Chavez e a Venezuela não andam nada bem e o Brasil não vai entrar nessa", afirmou o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE). O tucano disse que Lula tem dado demonstrações de autoritarismo e ataques à democracia e citou a recente polêmica entre Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que acusa o ex-presidente de procurá-lo para pedir o adiamento do julgamento do mensalão.

Sobre o episódio com Mendes, Lula afirmou na TV que "quem inventou a história, que prove a história. Eu acho que o tempo se encarrega".

Apontado como pré-candidato do PSDB à presidência em 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse que as recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "acentuam a necessidade de retorno do PSDB" ao comando do país. "É legítimo que qualquer um postule o cargo de presidente da República. Mas não apenas para impedir que um adversário o faça. Seria mais proveitoso que o objetivo fosse em favor de um projeto novo. As últimas declarações do presidente Lula só acentuam a necessidade de retorno do PSDB para garantir a liberdade de imprensa e o respeito às instituições."