Os advogados do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, não estão usando o tempo disponibilizado para a consulta dos documentos das investigações realizadas pela Polícia Federal. A CPI que investiga o empresário liberou o acesso dos advogados à sala de consulta do material sigiloso depois que a defesa de Cachoeira requereu ao Supremo Tribunal Federal (STF) um novo adiamento do depoimento do empresário, marcado para a próxima terça-feira. A defesa usou como argumento a falta de tempo para analisar o material em poder da CPI e pede mais três semanas para analisar a documentação.

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Os parlamentares também liberaram o acesso da defesa durante o fim de semana, das 9h às 20h. No entanto, nenhum advogado apareceu na sala da CPI até o início da tarde deste sábado.

São dez os computadores disponíveis na sala de consulta. Numa eventual força-tarefa, os advogados do empresário teriam 220 horas para analisar o material, apenas neste sábado e domingo. Ao longo da semana, os advogados também pouco usaram o tempo disponível para a leitura dos áudios, documentos e relatórios em poder da CPI. Ao todo, apenas dois advogados foram consultar o material e ficaram, ao todo, apenas três horas dentro da sala. A investigação da Operação Monte Carlo tem cerca de 15 mil páginas.

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O argumento central da defesa de Cachoeira é semelhante ao já apresentado anteriormente ao STF, comandada pelos advogados Márcio Thomaz Bastos e Dora Cavalcanti, para requerer a suspensão do depoimento do empresário, originalmente previsto para a última terça-feira. O ministro Celso de Mello acatou a tese e concedeu liminar suspendendo o depoimento.

A CPI chegou a entrar em contato com o escritório de Thomaz Bastos para questionar a razão da ausência dos advogados à sala reservada da comissão. Os advogados informaram à CPI que estavam analisando o caso em São Paulo.

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