A defesa do lobista Hugo Chicaroni sustentou nesta quinta-feira (14) a tese de que seu cliente foi usado como "isca" na tentativa de suborno ao delegado da Polícia Federal (PF) Victor Hugo Rodrigues Alves, durante as investigações que deflagraram a Operação Satiagraha. Segundo a advogada Maria Fernanda Muniz, que acompanha os depoimentos desta quinta na 6ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo, Victor Hugo teria dito ao juiz Fausto Martins de Sanctis que o delegado Protógenes Queiroz ligou para seu cliente pedindo para comparecer a um restaurante em São Paulo, no qual os dois delegados almoçavam, com o objetivo de apresentá-los. Ela afirmou que as declarações de Victor Hugo estaria de acordo com a versão de seu cliente, acusado de tentativa de suborno.
O depoimento do delegado da PF durou cerca de três horas. Depois o juiz começou a ouvir o delegado Protógenes, que até às 19 horas, não havia terminado. O sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, o ex-presidente da Brasil Telecom Humberto Braz e Hugo Chicaroni também acompanham a audiência.
A advogada afirmou que, segundo Chicaroni, houve uma "provocação" por parte do delegado Protógenes para o suposto suborno e seu cliente teria sido usado como "isca", devido à amizade com o delegado. "Isso é óbvio, é uma provocação", disse a advogada, referindo-se ao convite de Protógenes a Chicaroni para ser apresentado ao delegado Victor Hugo. De acordo com a advogada, foi nesta ocasião que Chicaroni deu R$ 50 mil a Victor Hugo.
Segundo a assessoria da Justiça, Chicaroni terá que aguardar o término de todos os depoimentos para depois passar na custódia da Polícia Federal, localizada na própria Superintendência da corporação, para poder ser liberado. Ele foi beneficiado hoje por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou sua libertação. O delegado Victor Hugo não concedeu entrevista à imprensa para comentar a respeito da versão apresentada pela advogada.
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