![Defesa de Dilma diz ao TSE que não há como dividir chapa Documento entregue pela defesa de Dilma não rebateu acusações, apenas argumentou que não há como separar as contas de presidente e vice. | Lula Marques/Agência PT](https://media.gazetadopovo.com.br/2017/03/e7e82846964ba9340150d2a1a8960982-gpLarge.jpg)
A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff protocolou na noite de sexta-feira no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma petição para defender que a chapa formada por ela junto com o atual presidente, Michel Temer, não pode ser dividida no julgamento do processo de cassação. Para sustentar a argumentação, o documento detalha despesas de Temer pagas pela campanha de Dilma.
Entre as despesas citadas estão recursos repassados a uma gráfica sob suspeita de ser de fachada e ao marqueteiro João Santana, que está preso em Curitiba pela Operação Lava Jato. A peça ainda minimiza o fato de Temer ter uma conta separada de campanha, destacando que mais de 80% dos recursos dela foram repassados a outros candidatos do PMDB, em vez de bancar despesas.
A defesa de Temer tem se manifestado a favor da separação da chapa. Procurada pela reportagem, a assessoria do Planalto reiterou que a arrecadação para a campanha foi feita de forma separada.
Vinculação
O documento protocolado tem 21 páginas e trata apenas da vinculação entre Dilma e Temer, sem rebater as acusações de irregularidades sob investigação. A defesa da petista detalha gastos de R$ 3 milhões para despesas de Temer. Foram pagos R$ 2,1 milhões para despesas com transporte aéreo do peemedebista e sua equipe, R$ 584 mil para quatro funcionários de Temer que atuaram na campanha, R$ 312,5 mil em material gráfico com destinação ao então vice e R$ 7,8 mil por eventos realizados em Jales (SP) e na quadra da escola de samba Portela, no Rio, que foram protagonizados pelo vice.
A defesa de Dilma aponta ainda que nos relatórios de serviços prestados à campanha pela produtora de João Santana há descrição de atividades feitas para Temer, mas nesse caso não há informação de qual teria sido o custo específico.
A despesa gráfica apontada tem como base uma nota fiscal da gráfica VTPB Serviços Gráficos, que fica em São Paulo. A empresa recebeu R$ 27,9 milhões da campanha e foi alvo de uma operação da Polícia Federal no fim do ano passado. A sede da empresa não teria estrutura para imprimir a quantidade de material declarado. A gráfica sustenta que terceirizou serviços.
Contas próprias
O documento questiona um dos argumentos centrais da defesa de Temer para separar a chapa: a existência de uma conta bancária própria para o então vice. A peça destaca que passaram por essa conta R$ 19,8 milhões, 5,6% do total declarado como gasto pela chapa em 2014. Ressalta que R$ 16,1 milhões tiveram como destino final outros candidatos do PMDB. Observa ainda que R$ 9,6 milhões tinham como origem o diretório nacional do PMDB. Com base nisso, a defesa de Dilma afirma que a conta de Temer era, na verdade, uma mera “conta de passagem”.
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