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Alberto Youssef, doleiro; Costa, ex-diretor da Petrobras | Daniel Castellano/Gazeta do Povo; Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Alberto Youssef, doleiro; Costa, ex-diretor da Petrobras| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo; Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Testemunhas

Advogados terão de justificar convocação de Eduardo Campos

Depois dos depoimentos da acusação, a Justiça Federal deve dar espaço para as testemunhas de defesa do processo. Entre os indicados pela defesa do ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, estão o ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) e Fernando Bezerra Coelho, ex-ministro da Integração Nacional no governo Dilma Rousseff. O juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal no Paraná, que comanda os processos da Lava-Jato, porém, determinou que a defesa esclareça o motivo de ter arrolado tais testemunhas.

"Não é razoável o que o juiz solicita porque a defesa não costuma conversar com a testemunha antes de indicá-la. Ela simplesmente dirá o que souber diante daquilo que lhe foi perguntado", indagou Nelio Machado, advogado do ex-diretor. "Toda acusação vem de uma ficção: a ideia de que teria havia superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima [em Pernambuco]", completou.

Entre as testemunhas arroladas pela defesa do doleiro Alberto Youssef, estão outros diretores da Petrobras. "Não reconheci provas que indicassem o [Alberto] Youssef com capacidade para atuar dentro da Petrobras ao ponto de influenciar empreendimentos como [a refinaria] Abreu e Lima e, por isso, estou chamando essas pessoas para que esclareçam como isso foi feito", afirmou Figueiredo Basto, advogado do doleiro.

Cronologia

Veja os principais fatos da Operação Lava Jato:

• 17 de março – A Polícia Federal (PF) deflagra a Operação Lava Jato para investigar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. O doleiro paranaense Alberto Youssef, com fortes ligações no meio político, é preso sob suspeita de operar o esquema. Outros suspeitos também são presos e levados para a sede da PF de Curitiba.

• 20 de março – A PF prende o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. A PF o acusa de tentar destruir provas da Lava Jato.

• 1º de abril – A Folha de S.Paulo publica reportagem mostrando que o deputado federal paranaense André Vargas usou um avião fretado por Youssef para viajar de férias com a família. Vargas passa a ser suspeito de fazer lobby em favor dos interesses do doleiro no governo federal. O deputado renuncia ao cargo de vice-presidente da Câmara e se desfilia do PT.

• 24 de abril – Torna-se pública a troca de mensagens entre Vargas e Youssef que sugere haver indícios de que o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha teria envolvimento com o doleiro. Padilha nega.

• 19 de maio - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki determina a soltura dos presos. Apenas Paulo Roberto Costa consegue alvará de soltura.

• 11 de junho - A PF prende novamente Paulo Roberto Costa, sob a justificativa de que ele controla US$ 23 milhões (R$ 51,3 milhões) em contas secretas na Suíça e que poderia fugir.

  • Figueiredo Basto, advogado do doleiro Alberto Youssef no caso da Lava Jato

A defesa do doleiro Alberto Youssef afirmou ontem após uma audiência na Justiça Federal em Curitiba que as provas obtidas pela Operação Lava Jato da Polícia Federal não são suficientes para comprovar que houve corrupção na Petrobras. "Não existe prova nenhuma de corrupção em relação à Petrobras. Ao menos nesse processo, há uma tranquilidade muito grande", declarou o advogado de Youssef, Figueiredo Basto.

Youssef, que está preso em Curitiba, é um dos suspeitos de participar de um esquema que teria sido criado dentro da Petrobras para desviar recursos públicos por meio de contratação de empresas e de lavagem de dinheiro. O depoimento de Youssef foi feito a portas fechadas na 13.ª Vara Federal de Curitiba. Além de Youssef, também depôs ontem o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Depois de acompanhar as oitivas, os dois retornaram à carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, onde estão presos.

A defesa do ex-diretor da estatal também afirmou que a acusação não se sustenta. "Essa prova apresentada hoje [ontem] mostra que a acusação é extremamente frágil, muito precária e não tem condições de dar respaldo à pretensão punitiva do Ministério Público", disse o advogado de Paulo Roberto Costa, Nelio Machado.

Gerente financeira da Sanko Sider Comércio Impor­tação Exportação de Produtos Siderúrgicos, Fabiana Estaiano também seria uma das testemunhas, mas, como está grávida, foi dispensada pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduziu a audiência. Outros seis acusados foram representados por advogados nas oitivas.

Depoimentos

À tarde, foram ouvidas outras duas testemunhas de acusação, mas sobre uma segunda ação da Lava Jato, referente a crimes financeiros. Entre os réus desta ação estão as doleiras Nelma Kodama e Iara da Silva, que também estão presas e compareceram à audiência para acompanhar os depoimentos.

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