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O advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que defende o delator do mensalão, Roberto Jefferson, no processo em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quinta-feira (1º) que não acredita que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, vá levar adiante uma investigação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A edição desta quinta do jornal O Estado de São Paulo revelou que o empresário Marcos Valério, apontado como operador do mensalão, prestou em setembro um depoimento à Procuradoria-Geral da República em que cita o ex-presidente. "Ele (Gurgel) não tem iniciativa ou interesse, o certo é que ele não vai em cima do Lula", disse o advogado.

Para Corrêa Barbosa, não há dúvida de que, se Valério dizer "o que promete", o ex-presidente deveria ser investigado por envolvimento no esquema. Corrêa Barbosa tentou várias vezes, sem sucesso, incluir Lula na lista dos réus do processo do mensalão.

O defensor de Roberto Jefferson disse que uma apuração contra Lula, caso ocorresse, seria realizada em outro inquérito ou processo criminal - não o que está em julgamento desde agosto pelo STF. Na opinião do advogado, o chefe do Ministério Público, Roberto Gurgel, ou o ministro relator do mensalão, Joaquim Barbosa, não admitiram a possibilidade de investigar Lula. "O procurador-geral acha que o Lula é bondoso", ironizou.

Corrêa Barbosa classificou o depoimento de Valério como "abraço do afogado", em uma alusão ao fato de o empresário já ter sido condenado a 40 anos de prisão pelo Supremo. O advogado de Jefferson, entretanto, disse que o empresário demorou a falar. "Acho que parece o zagueiro que chegou atrasado numa jogada: ou faz a falta ou toma o drible", afirmou.

O advogado do delator do mensalão lembrou ainda que o empresário "tecnicamente" pode obter direito à delação premiada ou a ingressar em um programa de proteção a testemunhas a qualquer momento do processo, até mesmo na fase de execução das penas. Corrêa Barbosa acredita Valério "está investindo no futuro para não aumentar outras penas" em casos de condenação.

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