• Carregando...
O advogado Alberto Zacharias Toron, defensor de Cunha, negou irregularidades na contratação da empresa do publicitário Marcos Valério | José Cruz/ABr
O advogado Alberto Zacharias Toron, defensor de Cunha, negou irregularidades na contratação da empresa do publicitário Marcos Valério| Foto: José Cruz/ABr

Polêmica

PT representa contra Gurgel por cartilha do mensalão no site do MP

Agência Estado

Algoz do PT na denúncia do mensalão, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, terá sua conduta novamente questionada pelo partido. Uma representação a ser encaminhada hoje por petistas ao Conselho Nacional do Ministério Público pede providências contra Gurgel por causa de uma cartilha que está na página oficial do MP na internet, contendo explicações sobre o mensalão para crianças e adolescentes.

A representação pede a retirada da cartilha do site, além da apuração da iniciativa do procurador-geral, que, na visão de advogados do PT, fere os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência. "É grave o que está acontecendo. Essa cartilha seguramente não tem cunho educativo", disse o coordenador jurídico do PT, Marco Aurélio de Carvalho.

Intitulado "Turminha do MPF: assunto de gente grande para gente pequena", o texto mostra quem são os 38 réus do escândalo do mensalão e apresenta as acusações contra cada um.

Em sua defesa durante a quinta sessão de julgamento do mensalão, ontem, no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado do deputado federal e candidato a prefeito de Osasco João Paulo Cunha (PT-SP) tentou apontar contradições na denúncia do Ministério Público Federal (MPF). O advogado Alberto Zacharias Toron qualificou a denúncia como "fantasmagórica". Também foram ouvidos ontem os defensores do ex-secretário de Comunicação da Presidência Luiz Gushiken e de três réus ligados ao Banco Rural.

O advogado de Cunha disse que o MPF ignorou provas para sustentar acusações de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro contra Cunha. Segundo ele, não houve lavagem quando a mulher do deputado sacou R$ 50 mil do Banco Rural. Toron disse que o dinheiro era do PT e foi usado para pagar pesquisas eleitorais.

Para a Procuradoria Geral da República (PGR), o publicitário Marcos Valério, apontado como operador do mensalão, procurou Cunha e ofereceu dinheiro para ser privilegiado em processo licitatório da Câmara, que era comandada pelo petista na época. Toron negou que tenha havido peculato na contratação da agência SMP&B. "A lei não impedia a subcontratação e os laudos apontam que os serviços foram prestados". O advogado ainda comentou a participação de Cunha nas eleições. "Ele se expõe, aparece e mostra a cara porque não praticou crime". Cunha é o único réu do mensalão que concorre nas eleições deste ano.

A defesa de Luiz Gushiken cobrou que o MPF prove a inocência do seu cliente. O ex-ministro está entre os réus do mensalão porque teria autorizado o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato a adiantar os pagamentos do fundo Visanet para a DNA, outra agência de Valério. No entanto, a PGR não pediu a sua condenação, por entender que não há provas suficientes contra ele. Para o advogado Luís Justiniano Arantes, a PGR errou ao denunciar o ex-ministro com base na fala de Pizzolato à CPI que investigou o caso. "Um depoimento colhido sob flashes".

O advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos foi o primeiro a falar ontem. No primeiro dia de julgamento, ele pediu o desmembramento do processo, mas o pedido foi rejeitado. Ontem, Bastos disse que, para envolver o seu cliente, o ex-diretor do Banco Rural José Roberto Salgado, no processo do mensalão "é preciso revogar a Teoria da Relatividade". Segundo Bastos, no momento dos empréstimos tomados pela SMP&B e pelo PT, Salgado não cuidava da área. "É a revogação do conceito de tempo".

A defesa de Vinicius Samarane, dirigente do Banco Rural, disse que seu cliente não integrava a cúpula do banco. O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, defensor de Ayanna Tenório, ex-diretora do banco, disse que ela virou ré e está "com a vida destruída" por ter trabalhado na instituição.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]