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A recusa do governo brasileiro em devolver à Itália o ex-terrorista Cesare Battisti foi utilizada pela defesa do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato para tentar convencer a última instância do Judiciário italiano a não extraditá-lo para o Brasil.

O julgamento dos recursos começou às 10h25 (7h25 de Brasília) na Corte de Cassação em Roma. Pizzolato não está presente. A audiência é a portas fechadas. Cinco juízes - quatro homens e uma mulher - julgam o caso. Somente tiveram acesso à sala da 6ª sessão penal os dois advogados de Pizzolato e representantes do Ministério Público italiano e do governo brasileiro.

"Houve uma citação ao caso Battisti e a defesa cobrando a reciprocidade da Itália, mas acreditamos que a decisão de hoje é apenas técnica, e não política", disse Michele Gentiloni, advogado contratado pelo governo brasileiro para acompanhar o caso. O criminalista Alessandro Sivelli, que defende o petista, não quis conceder entrevista antes do início do julgamento.

Em novembro, a Corte de Apelação de Bolonha acolheu os argumentos da defesa de que as penitenciárias brasileiras ofereciam risco à integridade física de Pizzolato e negou sua extradição.

A decisão da Corte de Cassação é a etapa definitiva do caso no Judiciário italiano. Se for favorável à extradição, o Ministério da Justiça - que tem a última palavra sobre o caso - tem 20 dias para se pronunciar sobre o envio ou não do petista para cumprir pena no Brasil.

Se a Corte de Cassação der nova vitória a Pizzolato, o caso é definitivamente encerrado e só restaria ao Brasil iniciar uma nova ação penal contra o ex-diretor do BB na Itália ou pedir o cumprimento da pena de 12 anos e 7 meses de prisão no país.

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