Avanços
Veja algumas das ações que o CNJ já proporcionou:
Correições
A grande inovação do CNJ foi a fiscalização de magistrados. Considerando apenas o período entre 2009 e 2010, o CNJ recebeu 5,8 mil representações contra excesso de prazo; 3,4 mil reclamações disciplinares e fez 142 sindicâncias.
Entre 2009 e 2010 o CNJ fez uma grande vistoria em vários órgãos judiciários. Foram feitas correições e inspeções em pelo menos 13 tribunais estaduais, entre eles o do Paraná. Entre as irregularidades encontradas havia centenas de casos de nepotismo e pagamento irregular de benefícios.
Transparência
Em 2009, o CNJ determinou que todos os tribunais publiquem suas informações administrativas na internet. No levantamento mais recente, dos 83 tribunais do país, 79 deles tinham cumprido a norma.
Mutirões
Uma das ações mais produtivas do CNJ são os mutirões carcerários. Desde o início do programa, em 2008, foram analisados 315,3 mil processos, que resultaram em 62 mil benefícios concedidos e 32,8 mil alvarás de soltura.
O CNJ também tem incentivado a conciliação entre as partes litigantes de processos judiciais. Entre 2008 e 2009, em três edições da Semana Nacional da Conciliação, foram realizadas cerca de 1 milhão de audiências, das quais 429,7 mil resultaram em acordos.
Grampos
Com o Sistema Nacional de Controle de Interceptações Telefônicas, o CNJ faz o monitoramento e o acompanhamento estatístico das interceptações autorizadas pelos magistrados. Atualmente estão cadastrados no sistema 262,2 mil telefones monitorados e 1,3 mil processos em andamento no âmbito estadual; e 65,3 mil telefones e 2,8 mil processos em andamento na esfera federal.
Cadastros
Implantado por uma resolução em abril de 2008, o Cadastro Nacional de Adoção auxilia os magistrados na condução dos procedimentos de adoção. Tem cerca de 7,7 mil crianças aptas à adoção e 30 mil pretendentes habilitados. Desde a criação do sistema, 22,9 mil crianças e adolescentes foram acolhidos.
Fonte: Relatórios do CNJ de 2009 e 2010
Agende-se
Informe-se sobre os protestos anticorrupção:
MCC
Site: www.movimentocontraacorrupcao.org.br.
Facebook: www.facebook.com/groups/movimentocontraacorrupcaoNas ruas.
Facebook: www.facebook.com/groups/nasruas e www.facebook.com/groups/nasruas.pr.
Dia do Basta
Blog: www.diadobasta.blogspot.com.
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Varre Brasil
Atribuição fiscalizatória dos juízes pelo CNJ
Do texto constitucional emerge legítima a atribuição do Conselho [Nacional de Justiça] para fiscalizar de forma autônoma e originária em relação aos órgãos regionais/estaduais respectivos. Segundo entendimento já exarado em voto, os magistrados não estão excluídos da competência disciplinar concorrente do conselho.
Na Marcha contra a Corrupção, que será realizada amanhã em diversas cidades brasileiras inclusive Curitiba, a partir das 14 horas, com concentração na Praça Santos Andrade , a sociedade brasileira terá a chance de retribuir ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) um pouco do que o órgão fez nos últimos seis anos. A defesa do CNJ será uma das bandeiras do movimento, que terá o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Desde sua criação, em 2005, o CNJ conseguiu avanços significativos na transparência do Judiciário, agiu para libertar 32 mil pessoas que estavam presas irregularmente, coordenou a criação de cadastros nacionais de adoção e promoveu semanas de conciliação. Mas agora pode perder uma de suas mais importantes atribuições, a de punir juízes que cometam ilegalidades ou não cumpram com suas prerrogativas.
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) n.º 4.638, que quer derrubar a possibilidade de o CNJ iniciar investigações contra magistrados. Há duas semanas, o presidente da AMB, Henrique Calandra, declarou à Gazeta do Povo que a Adin quer evitar a supressão de instância, e afirmou que o CNJ pode avocar os processos para si no caso de as corregedorias locais não darem prosseguimento aos processos punitivos.
Se o STF acatar a argumentação da AMB, o volume de processos no CNJ cairá pela metade. Entre 2009 e 2010, o conselho recebeu 16,7 mil processos, dos quais 5,8 mil foram representações contra magistrados por excesso de prazo; 3,4 mil, reclamações disciplinares; e 142 sindicâncias.
Brasília
Até a noite de ontem, 12 dos 27 presidentes de seccionais da OAB confirmaram participação na manifestação que será realizada em Brasília. A concentração na capital federal foi definida para fazer frente à possibilidade de o Supremo restringir a atuação do CNJ, que é o órgão máximo de fiscalização do Judiciário brasileiro. "Estaremos em Brasília por uma questão estratégica, mas torcemos para que as manifestações em Curitiba e no Paraná tenham sucesso também", afirmou o presidente da OAB-PR, José Lucio Glomb.
Na última edição da marcha, realizada em 7 de setembro, Brasília foi a cidade que reuniu o maior número de manifestantes, aproximadamente 25 mil. Naquela ocasião, a OAB também participou do evento. Mas a bandeira em defesa do CNJ só foi levantada com a possibilidade de o STF restringir os poderes do Conselho. No mês passado, a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, disse ser contra a ação, e afirmou que há "bandidos de toga" no Brasil. A declaração foi rechaçada pelo presidente do STF e do CNJ, ministro Cezar Peluso.
Para Glomb, a manifestação terá efeitos positivos para o CNJ. "A própria repercussão dessa situação [envolvendo Eliana e Peluso] mostra que as pessoas querem que o CNJ continue responsável pelas punições. Entendo que alguma medida possa ser aperfeiçoada, mas temos de dar todo o respaldo ao CNJ."
Roberto Romano, professor de Ética da Unicamp, avalia que marcar posição em favor do CNJ é uma medida importante, mesmo que a marcha não traga resultados práticos. Ele ressalta que a bandeira do Judiciário traz um pouco de "foco" ao movimento desta quarta-feira. "O movimento mostra que qualquer manobra no sentido de retirar o poder de punição do CNJ é uma colaboração com a corrupção. Acho que o Supremo tentará achar uma solução que não vá bater tão de frente com a opinião pública."
Interatividade
O CNJ deve manter seu poder de fiscalizar o Judiciário? Por quê?
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