Sindicalistas protestaram em frente à sede da Petrobras contra a demora nos pagamentos| Foto: Tomaz Silva/Abr

Eleição

Diretor de governança da estatal deve ser definido hoje

Reuters

O diretor de governança, risco e conformidade da Petrobras deve ser eleito hoje em reunião do Conselho de Administração, cuja pauta não prevê a aprovação do balanço financeiro do terceiro trimestre, segundo uma fonte com conhecimento do assunto.

Nomes sugeridos por empresa especializada em seleção de executivos, contratada pela Petrobras, serão apresentados aos conselheiros, que irão avaliar qual será a melhor opção, disse a fonte, que falou sob condição de anonimato.

O mandato do novo diretor será de três anos, podendo ser renovado, segundo informou a petroleira em novembro, após a aprovação da criação do novo cargo, que se deu em meio a diversas acusações de envolvimento da estatal em suposto esquema de corrupção e desvio de dinheiro público.

Funções

O novo diretor terá a missão de assegurar a conformidade processual e mitigar riscos nas atividades da companhia, de acordo com comunicado da Petrobras de novembro, evitando fraude e corrupção, e garantindo o cumprimento das leis, normas, padrões e regulamentos.

Procurada, a Petrobras não tinha pessoas disponíveis para comentar a escolha do diretor de governança.

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Denúncias na estatal

Oposição defende fiscalização sobre rede de empresas paralelas

Agência O Globo

A oposição defendeu a ampliação dos mecanismos de fiscalização para evitar o desvirtuamento no uso das sociedades de propósito específico (SPEs) pela Petrobras. O jornal O Globo revelou que uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) alertou para o risco de uma "expansão descontrolada" desse mecanismo, que permite a execução de obras sem que haja fiscalização rigorosa. Para o presidente do DEM, José Agripino, artifícios como as SPEs terão de ser revistos. O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho, disse que é preciso buscar mecanismos de fiscalização mais eficientes. Em nota, a estatal negou que as SPEs sejam uma rede para evitar fiscalização.

Agripino: revisão dos artifícios

O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Basto, negou ontem qualquer envolvimento de seu cliente com o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) ou com o senador Antônio Anastasia (PSDB). Em um depoimento à Polícia Federal, o policial Jayme Alves de Oliveira Filho, apontado como um dos subordinados a Youssef no esquema desvendado pela Operação Lava Jato, afirmou que entregou dinheiro na casa de Cunha e de Anastasia a mando do doleiro.

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"Não há nenhuma relação do meu cliente com o Cunha e com o Anastasia", disse Basto. "Isso é um factoide criado para tumultuar as investigações", afirmou o advogado.

Basto disse que protocolará hoje uma petição para que o vazamento de informações da delação premiada de Youssef seja investigado pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF). "Essa tentativa de levantar factoides não é interesse do meu cliente, e sim de terceiros que têm interesse em invalidar a colaboração", disse. "Isso nós não vamos permitir."

Histórico

Preso na Operação Lava Jato, Jayme Alves foi solto em novembro. Atualmente mora no Rio de Janeiro e está afastado do cargo de agente da PF. Jayme, conhecido como Careca, era responsável pela entrega de dinheiro a mando de Youssef.

Em depoimento à Polícia Federal que veio à tona na semana passada, Alves afirma que entregou dinheiro a Eduardo Cunha (PMDB) em uma casa na Barra da Tijuca, no Rio. O policial também afirmou ter entregue R$ 1 milhão a Antônio Anastasia (PSDB) em Belo Horizonte (MG). Cunha e Anastasia negam envolvimento com o doleiro.

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Petrobras antecipa o 13.º para compensar adiamento da PLR

Estadão Conteúdo

A Petrobras decidiu antecipar o pagamento do 13.º salário deste ano dos seus funcionários para compensar o adiamento do pagamento de Participação de Lucros e Resultados (PLR). O benefício deveria ter sido pago no último dia 10, conforme acordo com sindicalistas. A empresa alegou que, sem a divulgação do balanço financeiro do terceiro trimestre de 2014, estaria "impossibilitada" de calcular os valores relativos ao benefício.

A proposta de antecipar o 13.º salário foi apresentada por sindicalistas da Federação Única dos Petroleiros como alternativa ao adiamento da PLR. A decisão foi tomada após um pequeno protestos de sindicalistas na entrada do edifício sede da estatal, no Rio de Janeiro. Em nota, a companhia informou que realizará os pagamentos até o dia 19.

Tradicionalmente, a PLR era paga em duas parcelas: 40% em janeiro, calculados a partir da média de resultados dos primeiros três trimestres do ano anterior, e 60% em julho, após a consolidação dos dados financeiros da empresa. Já o benefício do 13.º salário tinha metade do valor depositado em fevereiro.

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"Esse acordo tem mais de 20 anos. Solicitamos que adiantasse para janeiro, pois a PLR ainda vai depender se a empresa terá ou não lucro, em função do impacto no balanço financeiro das investigações [da Operação Lava Jato]", afirmou o dirigente da federação, José Maria Rangel.

Balanço

A Petrobras prevê a divulgação do balanço não auditado até o dia 30 de janeiro.

Executivos pedem apuração de vazamentos

Amanda Audi

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A defesa de empresários da empreiteira OAS investigados na Operação Lava Jato solicitou, ontem, que a Polícia Federal (PF) apure os vazamentos de informações prestadas em depoimentos de delação premiada. Na semana passada, a defesa do policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, que também prestou depoimento, fez o mesmo pedido.

A PF já anunciou, em pelo menos três ocasiões, que iniciaria investigações sobre vazamentos. Até agora, porém, não há sinal de que alguma apuração tenha surtido resultado.

No documento enviado à Justiça Federal, os advogados pedem para que "seja certificado se há determinação judicial para investigar os vazamentos". Eles citam reportagens com informações sigilosas prestadas pelo doleiro Alberto Youssef e por Rafael Ângulo Lopez, que teria atuado como "transportador" do doleiro.

"A tais documentos só têm acesso agentes públicos ou advogados de delatores, o que implica, por lógica, que algum deles seja a fonte dos vazamentos", diz o texto. A defesa sugere que os autores respondam pelo artigo 154 do Código Penal, que prevê detenção de três meses a um ano ou multa.