Envolvidos
Onze investigados na Operação Lava Jato estão presos, dez deles no Paraná. Uma investigada está presa na Espanha e outro está foragido.
Presos em Curitiba
Alberto Youssef: Doleiro acusado de chefiar esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas através de empresas fantasmas. Teria ligação com deputados e envolvimento no pagamento de propinas de obras da Petrobras.
Carlos Alberto Pereira da Costa: Acusado de ser subordinado e "testa de ferro" de Youssef em várias empresas.
Carlos Alexandre de Souza Rocha: Acusado de operar instituição financeira clandestina. Tinha vínculos com Youssef e com outros doleiros.
Nelma Kodama: Doleira acusada de chefiar esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas por meio de empresas fantasmas.
Raul Henrique Srour: Acusado de lavagem de dinheiro e de uso de falsa identidade para operações de câmbio.
Presos em Piraquara
Carlos Habib Chater: Doleiro acusado de chefiar esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas por meio de empresas fantasmas.
André Catão de Miranda: Acusado de realizar operações de câmbio para Chater.
Ediel Viana da Silva: Acusado de ser o braço direito de Chater e seu "testa de ferro" em várias empresas.
André Luís Paula dos Santos: Acusado de realizar transporte irregular de valores para Chater.
Renê Luiz Pereira: Acusado de traficar cocaína para a Europa. O dinheiro usado e recebido na operação teria sido lavado por Youssef e Chater.
Presa na Espanha
Maria de Fátima Stocker: Acusada de traficar cocaína para a Europa. O dinheiro usado e recebido na operação teria sido lavado por Youssef e Chater.
Foragido
Sleimam Nassim El Kobrossy: Acusado de traficar cocaína para a Europa. O dinheiro usado e recebido na operação teria sido lavado por Youssef e Chater.
Libertado
Paulo Roberto Cost: Acusado de envolvimento em pagamento de propinas nas obras da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, e de tentativa de destruição de provas.
Advogado do doleiro preso Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Basto pretende ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) com um pedido de anulação das provas da Operação Lava Jato. No seu entendimento, o juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, extrapolou os limites de sua jurisdição ao autorizar escutas telefônicas e não teve isenção e imparcialidade com seu cliente. Basto também diz que irá ingressar com um pedido para libertar Youssef, com base na suspensão das investigações.
No entendimento de Basto, não era atribuição da Vara de Curitiba autorizar as ações da Polícia Federal (PF) porque a maioria dos supostos crimes investigados não ocorreram sob sua jurisdição. Ele considera também que Moro tem sido imparcial. "Não tenho nada contra ele. É um magistrado correto. Mas falta isenção em relação ao processo e a meu cliente", afirma.
A Superintendência da PF em Brasília, por meio de assessoria de imprensa, informou que acredita que a possibilidade de ter suas provas anuladas é remota, já que elas foram obtidas com anuência do Judiciário. Para anular as provas da investigação, o fundamento teria de ser que elas foram obtidas de forma ilegal. De acordo com a PF, as investigações não incluem provas produzidas por meio ilegítimo.
Segundo o professor de Direito Processual Penal do Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba) Rodrigo Chemin, o Código Processual Penal prevê a anulação de provas quando autorizadas por um juiz sem a competência devida. Isso varia de acordo com o caso. Se um juiz de Curitiba, por exemplo, autoriza uma investigação que, posteriormente, descobre que os crimes devem ser investigados em São Paulo, as provas não devem ser anuladas. Porém, se um magistrado autoriza novas ações de investigação sabendo não ter competência para isso, há o risco de as provas serem consideradas nulas. Chemim diz, entretanto, que não conhece o processo da Lava Jato e que não poderia avaliar esse caso específico.
Passaporte entregue
O advogado de Youssef, Figueiredo Basto, disse ainda que pretende ingressar com um pedido de libertação do doleiro. "Vamos demonstrar que meu cliente não tinha qualquer relação com o tráfico, e que não haveria motivos para que ele ficasse preso", disse. Ele descartou a possibilidade de Youssef fugir ou interferir nas investigações até porque elas estão suspensas no momento.
Já o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o único dos detidos na Lava Jato que foi libertado, entregou ontem seu passaporte à 13.ª Vara Federal de Curitiba por intermédio de seu advogado, Fernando Fernandes.
Residência oficial - Em Londrina, familiares do doleiro Youssef pouco têm sido vistos
Fábio Silveira, do Jornal de Londrina
Após a Operação Lava Jato ter sido deflagrada, em março, os familiares do doleiro Alberto Youssef pouco têm sido vistos em Londrina cidade em que ele tem residência oficial. No prédio em que Youssef morava, a informação é de que os moradores do apartamento se mudaram há cerca de um mês. A casa de câmbio de Youssef, que ficava num prédio no centro da cidade, hoje está ocupada por um escritório de advocacia. A reportagem procurou ainda o escritório de advocacia do qual a mulher do doleiro é sócia. A informação é de que ela tem ido pouco ao escriório porque fica mais tempo em São Paulo do que em Londrina.