A defesa de Adriano da Silva, condenado nesta madrugada a 21 anos e cinco meses de prisão pelo assassinato e ocultação de cadáver do menino Alessandro Silveira, de 13 anos, vai entrar com uma apelação para atenuar a pena do paranaense. Segundo o defensor público, Artur Costa, o prazo para recorrer é de 10 dias.

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– Tivemos a condenação que era esperada e eu disse isso em plenário. Só consideramos que a pena foi excessiva – analisou o defensor.

Adriano da Silva tem 28 anos e iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. Ele, que foi condenado pelo assassinato ocorrido em meados de 2003, em Passo Fundo, também é acusado de ter matado outras sete crianças entre os anos de 2002 e 2003 na região norte do estado. Em setembro, ele volta ao banco dos réus. Dessa vez, será julgado pela morte de Júnior Reis Loureiro, de 10 anos, ocorrida em setembro de 2003, também em Passo Fundo. Ainda neste ano, Adriano deverá ser julgado por outras duas mortes em outubro e novembro.

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A leitura do processo contra Adriano terminou por volta das 15h45m. Foram lidas para os jurados parte das 723 páginas do processo.

O réu chegou a surpreendeu ao voltar atrás e negar a autoria de 11 das 12 mortes que ele mesmo já havia confessado. Ele disse que matou apenas o menino Daniel Bernardo Lourenço , de 13 anos, em Sananduva, e foi obrigado a assumir os outros crimes.

Durante o julgamento, uma testemunha de defesa ainda inocentou Adriano de um outro crime, o assassinato Leonardo Dorneles dos Santos, de oito anos. O homicídio ocorreu em dezembro de 2003, em Passo Fundo.

O júri também ouviu um depoimento de um perito do Instituto Psiquiátrico Forense. O médico atestou que Adriano da Silva não é psicótico, ou seja, tem consciência dos seus atos.

Artur Costa chegou a denunciar ao juiz Sebastião Francisco da Rosa Marinho que o perito não teria ficado incomunicável, como manda o Código Penal. Depois de uma disputa jurídica, porém, ele acabou sendo ouvido como testemunha de defesa.

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Apesar de assumir a autoria da morte de 12 meninos na região, ele até o momento é formalmente acusado por oito crimes. Em três destes outros homicídios, pessoas já foram julgadas e condenadas como autores. Num quarto episódio, ainda não há acusado pela Justiça. Adriano está preso desde janeiro de 2004 na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).