O advogado do senador Delcídio Amaral (PT), preso no ano passado na Lava Jato , disse nesta quarta-feira (20) que vai pedir a nulidade da gravação que foi utilizada como prova para pedir a prisão do parlamentar. Antonio Figueiredo Basto disse que vai apresentar a defesa no caso até a próxima sexta-feira.
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“A questão tida é como se formou aquela prova, como se obteve aquela prova em relação ao senador. Na minha opinião ele foi iludido, foi enganado por uma pessoa que ele confiava, que o atraiu para uma arapuca”, disse Basto.
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A gravação que embasou a prisão mostra uma conversa entre o senador, o advogado de Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, que também foi preso, e o filho do ex-diretor. A suspeita de Basto é de que o filho de Cerveró, Bernardo Cerveró, teria sido orientado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal a gravar a conversa, o que é ilegal. A gravação precisaria ser autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), já que Delcídio possui prerrogativa de foro.
Entenda
O senador Delcídio Amaral (PT) foi o primeiro senador preso no exercício do mandato. Ele foi preso em flagrante pelo envolvimento na Operação Lava Jato. De acordo com a gravação que embasou a prisão, o senador planejava um plano de fuga para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para impedir que ele firmasse um acordo de colaboração premiada que poderia prejudicar o parlamentar. Um dos advogados de Cerveró, Edson Ribeiro, também foi preso por participação no esquema.
“Ele tem a convicção de que aquilo foi uma armação, ele foi lá exclusivamente para atender o pedido de um garoto que ele viu crescer”, disse Basto. O advogado afirma que o senador só teria participado da reunião para tranquilizar a família de Cerveró. Basto também disse que não pretende atacar a colaboração premiada formada por Cerveró depois da prisão de Delcídio. “Nós não vamos impugnar o acordo de Nestor Cerveró, não vamos tentar anular o acordo”, disse.
Delação
O advogado do senador garante que um acordo de colaboração premiada não está nos planos de Delcídio. “Meu cliente não tem essa ideia. Na verdade, a minha contratação, ao contrário do que todas as pessoas falam, foi pelo meu conhecimento em todo o processo da Lava Jato, porque fui o primeiro advogado a chegar, na contratação do Alberto Youssef”, explica Basto.