O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quer deixar para a sucessora Dilma Rousseff a decisão sobre a extradição do italiano Cezare Battisti. Em entrevista a correspondentes internacionais, no Rio de Janeiro, Lula disse que aguarda apenas parecer do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, sobre o assunto.
"O parecer é o que vai balizar a minha decisão. Tivemos um processo eleitoral, um segundo turno e tudo isso atrasou um pouco o trabalho, disse Lula aos jornalistas estrangeiros. "Espero que o meu advogado-geral possa me apresentar a proposta da decisão antes de terminar o mandato. Não gostaria de deixar para Dilma tomar a decisão, completou.
O parecer que a AGU prepara trará os argumentos jurídicos que o governo precisa para manter o italiano no país. Em janeiro do ano passado, o Ministério da Justiça concedeu ao italiano o "status" de refugiado político, desagradando o governo da Itália, que pediu sua extradição para que cumpra pena naquele país. Battisti foi condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana acusado de participar de quatro assassinatos na década de 1970. O ex-ativista alega ser inocente.
O Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que Battisti deve ser extraditado, mas deixou a última palavra com o presidente.
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