"Deixa a vida me levar." Foi com essa referência ao samba de Zeca Pagodinho que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, deixou a festa de 29 anos do PT, na noite de terça-feira, desviando de perguntas sobre seu futuro político. Sorridente, Dilma foi apresentada pelo presidente do PT, Ricardo Berzoini, como a mulher que vai "liderar a luta" do projeto petista, em 2010. Petistas fizeram fila para tirar foto ao lado da ministra. Ela fez pose abraçada com militantes, distribuiu autógrafos e só protegida por dois seguranças conseguiu atravessar o salão, ao som do forró "Deixa o homem trabalhar" - que embalou a campanha da reeleição de Lula, em 2006. Cumprimentou José Dirceu, seu antecessor no cargo, mas não parou para conversar.
Ali perto, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, tentava pechinchar o preço do jantar. "Não dá para fazer um abatimento?" perguntou o responsável pelos cortes no Orçamento, ao saber que teria de desembolsar R$ 400 por dois convites, um para ele e outro para a mulher, Gleisi Hoffmann. Bernardo não conseguiu o desconto. Foram vendidos 1.200 convites, com preços de R$ 100 a R$ 1.000. O PT arrecadou R$ 140 mil, pelas contas do tesoureiro do partido, Paulo Ferreira.
No meio da festa, o pequeno Luigi, filho de Berzoini, tratou de entrevistar a chefe da Casa Civil. "Você é a Dilma?", perguntou o menino, de 10 anos. "Quero saber o que você pretende fazer porque você vai ser a minha presidente."
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