A comissão especial do impeachment contra a presidente Dilma vai se limitar ao conteúdo original da denúncia acolhida em dezembro. A decisão foi tomada pelo presidente do grupo, deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF), nesta terça-feira (22), durante reunião do grupo, ainda em andamento. Rosso explicou que a delação do senador Delcício Amaral não poderia ter sido “aditada” ao pedido de impeachment. “Mesmo desconsiderado da denúncia, o citado documento é de conhecimento público. Portanto, não tenho como evitar a influência disso na formação do juízo dos parlamentares”, completou Rosso.
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Leia a matéria completaNo pedido de impeachment original, na parte acolhida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em dezembro do ano passado, a denúncia contra a presidente Dilma se referia apenas às supostas “pedaladas fiscais” e aos créditos suplementares abertos via decreto, sem previsão orçamentária e sem aval prévio do Legislativo.
Na semana passada, a advogada Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido original, acrescentou a delação do senador e o novo material foi repassado por Cunha à comissão do impeachment. Na delação, o ex-líder do governo no Senado acusa a presidente Dilma de negociar a nomeação de um ministro do Superior Tribunal de Justiça para que ele atuasse a favor da liberação de presos da Lava Jato. Ela nega.
Na segunda-feira (21), o assunto dominou a pauta da reunião da comissão do impeachment, que durou cerca de duas horas. Aliados do Planalto sustentam que a nova peça não tem qualquer conexão com o objeto original acolhido por Cunha e que a inclusão significaria uma nova denúncia. Eles também argumentaram que a dúvida sobre qual é de fato o objeto da denúncia prejudica a defesa da presidente Dilma, cujo prazo para se manifestar ao grupo é de dez sessões plenárias – duas já foram realizadas e outra deve ocorrer nesta terça-feira (22).