A cúpula do PMDB no Senado ficou apreensiva com a informação de que Expedito Machado Neto, o Did, fez acordo de delação premiada. Pelo acordo firmado com o Ministério Público, será repatriada parte dos recursos relacionados ao esquema de corrupção da Petrobras. A delação de Did foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), assim como a de seu pai, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Os dois acordos tramitam conjuntamente.
Contudo, as revelações feitas por Did causaram mais preocupação à cúpula do Senado do que os áudios gravados por Machado. Isso porque, segundo investigadores, Did seria operador de um fundo de investimentos no exterior abastecido com dinheiro de propina. Filho caçula de Sérgio Machado, Did mora em Londres. A Transpetro é considerada um feudo do PMDB.
Sem vínculo
Advogados de Did, Fernanda Tórtima e Antônio Pitombo disseram, por meio de nota, que ele “jamais teve vínculo com qualquer político, partido político ou funcionou como operador financeiro do PMDB e tampouco controla ou detém fundo de investimento na capital da Inglaterra”.
Cerca de R$ 700 milhões teriam passado pelas contas do filho do ex-presidente Transpetro, segundo pessoas próximas à família. Apesar de apreensivos, integrantes da cúpula do PMDB já preparam a versão de que o dinheiro das contas de Did são exclusivamente de Machado. Os senadores avaliam que os dois não teriam como comprovar que os valores pertencem a políticos do partido.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”