O acordo de delação premiada fechado pelo empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, com o Ministério Público Federal foi fatiado em 30 procedimentos sobre o esquema de corrupção na Petrobras que foram registrados em caráter oculto no STF (Supremo Tribunal Federal).
Na semana passada, o ministro do Supremo Teori Zavascki confirmou a colaboração de Pessoa em troca de redução de pena e atendeu ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para repartir os fatos narrados nos depoimentos do empresário para facilitar as apurações.
As peças podem provocar novos inquéritos ou serem incluídas em casos que já estão em andamento. Cada procedimento faz referência a um episódio e pode envolver mais de uma pessoa. Os casos serão avaliados por Janot.
Atualmente, o STF já registra 25 inquéritos que apuram a suspeita de envolvimento de 50 pessoas com os desvios da estatal, entre eles, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RJ), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Esses casos foram motivados pelas delações do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.
Considerado o chefe do clube das empreiteiras que participava de cartel, Pessoa disse que doou R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma por temer prejuízos em seus negócios com a Petrobras. O montante foi doado legalmente. Em seus depoimentos, ele teria mencionado ainda doações ilegais R$ 15,7 milhões a ex-tesoureiros do PT e da campanha de Dilma.
Ele implicou os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social), além de outros congressistas como o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Todos negam irregularidades ou relação com o esquema de corrupção.
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