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Alvaro, Gleisi e Requião: citados na Lava Jato. | Arquivo/Senado
Alvaro, Gleisi e Requião: citados na Lava Jato.| Foto: Arquivo/Senado

Com a citação ao nome de Alvaro Dias (PV-PR) pelo ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE), acusado de ter recebido parte de R$ 10 milhões através do então senador Sérgio Guerra (PSDB), já falecido, as delações premiadas da Operação Lava Jato afetam todos os representantes do Paraná no Senado.

Roberto Requião (PMDB-PR) apareceu nos depoimentos de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras, como um dos beneficiários das doações feitas pela empresa JBS ao partido. A declaração dos doadores de campanha de Requião ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que o peemedebista recebeu R$ 2,4 milhões do grupo empresarial, controlador do frigorífico Friboi, entre outras marcas.

Desse total, R$ 500 mil foram destinados à campanha do peemedebista ao governo do Paraná pelo Diretório Nacional do partido. Outros R$ 400 mil foram encaminhados por meio da campanha de Michel Temer à vice-presidência. “As doações foram feitas por repasses do Diretório Nacional e pela campanha de Michel Temer e oferecida a todos os candidatos do partido nas eleições de 2014. Não há irregularidades”, afirmou à Gazeta do Povo Luiz Fernando Delazari, advogado de Requião.

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De acordo com um dos termos da delação premiada, Sérgio Machado afirmou que o JBS iria fazer doações no valor de R$ 40 milhões à bancada do PMDB a pedido do PT. Diversos senadores seriam beneficiados pelo dinheiro, entre eles o próprio presidente do Senado, Renan Calheiros. Teriam recebido ainda os senadores Jader Barbalho, Romero Jucá, Eunício Oliveira, Vital do Rêgo, Eduardo Braga, Edison Lobão, Valdir Raupp, além de Roberto Requião.

Já Gleisi Hoffmann (PT-PR) foi indiciada pela Polícia Federal e denunciada pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. Delatores da Lava Jato afirmaram que a campanha da petista ao Senado, em 2010, recebeu dinheiro de propina.

Segundo a investigação, o pagamento de R$ 1 milhão foi autorizado pelo delator e ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, viabilizado pelo doleiro Alberto Youssef e entregue ao empresário Ernesto Kugler, ligado ao PT e que a senadora admite conhecer há dez anos. Gleisi, Paulo Bernardo (seu marido e ex-ministro do Planejamento e das Comunicações), e Kugler são acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Outro delator, Antônio Carlos Pieruccini, confirmou que transportou esse montante, em espécie, de São Paulo a Curitiba, em quatro viagens. Ele entregou o valor para Ernesto Kugler.

“Todas as provas que constam no inquérito comprovam que não houve solicitação, entrega ou recebimento de nenhum valor por parte da senadora. A denúncia sequer aponta qualquer ato concreto cometido. Baseia-se apenas em especulações que não são compatíveis com o que se espera de uma acusação penal”, afirmou à época o texto assinado pelos advogados Rodrigo Mudrovitsch e Veronica Abdala Sterman, que defendem Gleisi. “São inúmeras as contradições nos depoimentos dos delatores que embasam a denúncia, as quais tiram toda a credibilidade das supostas delações.”

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