Juiz Sergio Moro determinou uso da tornozeleira por dois anos, MPF é contra.| Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo

Condenado a seis anos e oito meses de prisão por lavagem de dinheiro, Rafael Angulo Lopez contestou o uso de tornozeleira eletrônica determinado pelo juiz Sergio Moro e, nesta terça-feira (1º), obteve parecer favorável do Ministério Público Federal. Lopez fazia entregas de dinheiro de propina para o doleiro Alberto Youssef. Fechou acordo de delação premiada e obteve o benefício de cumprir a pena em “regime aberto diferenciado”, sendo obrigado a permanecer em recolhimento domiciliar apenas das 22h às 6h durante dois anos.

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Na sentença, Moro afirmou determinou que Angulo use tornozeleira eletrônica durante este período. Ressaltou que “o acordo celebrado com o Ministério Público não vincula o juiz, mas as partes às propostas acertadas” e que cabe ao julgador conceder e dimensionar o benefício, embora deva “agir com certa deferência, sem abdicar do controle judicial”

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Ao se manifestarem favoráveis ao pedido, os procuradores afirmaram que o acordo não previu uso de tornozeleira, “o que realmente consistiria em condição extensiva e mais gravosa do acordo”. Para eles, ainda que caiba ao juiz conceder e dimensionar os benefícios da colaboração premiada, a sentença citou que a substituição da pena privativa seguiria o acordo de colaboração. “A inclusão do uso da tornozeleira eletrônica vai além do estipulado no referido acordo e se apresenta como condição mais gravosa ao colaborador”, afirmaram.

Agora, cabe ao juiz Sergio Moro decidir novamente de Rafael Ângulo Lopez deve ou não continuar com tornozeleira.