• Carregando...
O valor repassado a campanha de Campos, segundo Paulo Roberto, foi um “adiantamento” do percentual de 1% que seria repassado pelas empreiteiras ao PP | PSB/Divulgação
O valor repassado a campanha de Campos, segundo Paulo Roberto, foi um “adiantamento” do percentual de 1% que seria repassado pelas empreiteiras ao PP| Foto: PSB/Divulgação

O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) pediu ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa uma doação de R$ 20 milhões para a campanha de Eduardo Campos (PSB) à reeleição ao governo de Pernambuco em 2010. A acusação foi feita por Paulo Roberto, no termo número cinco da delação premiada, anexado aos processos abertos no Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar da citação, Bezerra ficou fora da lista de 12 senadores que começaram a ser investigados nos inquéritos abertos.

No resumo feito pela Procuradoria Geral da República (PGR) sobre os citados na delação, são descritos os seguintes cargos ocupados por Bezerra: secretário de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (2007) e presidente do complexo industrial portuário de Suape (2007). O político do PSB, no entanto, também exerceu o cargo de ministro de Integração Nacional no primeiro governo da presidente Dilma Rousseff e foi eleito senador em outubro passado. Mesmo assim, acabou fora da lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sem que tenha sido feito algum juízo de valor, como um pedido de arquivamento.

Segundo a delação de Paulo Roberto, Bezerra pediu, “por intermédio de Alberto Youssef (o doleiro que também fez delação)”, a quantia de R$ 20 milhões para a campanha à reeleição de Campos. Uma tabela que resume o depoimento informa que Paulo Roberto “afirma que Youssef posteriormente lhe confirmou a entrega dos R$ 20 milhões solicitados por Fernando Bezerra para a campanha de Eduardo Campos”. O dinheiro teria sido entregue no início de 2010.

A contribuição teria sido proveniente do consórcio Ipojuca Interligações, com obras na refinaria Abreu e Lima, que usa o porto de Suape. Iesa e Queiroz Galvão são as empreiteiras que integram o consórcio. “As empreiteiras encaravam tais contribuições como ‘empréstimos’, ou seja, esperavam ter o retorno desses recursos por meio das obras que seriam feitas no futuro”, disse o ex-diretor na delação.

O valor repassado a campanha de Campos, segundo Paulo Roberto, foi um “adiantamento” do percentual de 1% que seria repassado pelas empreiteiras ao PP. No campo sobre as providências a serem adotadas, a PGR fala no “envolvimento de ex-governador (já falecido) em irregularidades” e em “menção a senador sem indicação objetiva de irregularidades”. A referência é ao senador Delcídio Amaral (PT-MS), citados apenas como o responsável por indicar Nestor Cerveró à diretoria da Área Internacional da Petrobras.

Campos morreu em um acidente aéreo em 13 de agosto de 2014, dois meses antes da disputa presidencial. Ele era candidato à Presidência pelo PSB.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]