Delatores da Operação Lava Jato, o ex-senador Delcídio do Amaral e o doleiro Alberto Youssef prestaram depoimento nesta terça-feira (11) em um dos processos que pede a cassação da chapa da ex-presidente Dilma Rousseff e do atual presidente Michel Temer na eleição de 2014.
Os dois foram ouvidos no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), em Curitiba.
O primeiro a ser ouvido foi Delcídio, por cerca de duas horas. “Ele trouxe um pouco dessa experiência dele na política e na Petrobras, mas não trouxe nada de relevante para o processo”, avaliou Gustavo Guedes, advogado do presidente Michel Temer (PMDB).
“Em 2014 ele concorreu a um cargo de governador, não teve contato com a campanha presidencial”, disse o advogado de Dilma Rousseff (PT) Flavio Caetano.
O doleiro Alberto Youssef falou por cerca de meia hora na audiência, segundo os advogados. “O Youssef já estava preso em 2014 e não acompanhou a eleição”, disse Guedes.
Para os advogados, a audiência não acrescenta nada novo ao processo. “Até agora 25 testemunhas de acusação foram ouvidas e até agora nenhuma prova foi apresentada”, disse Caetano. “É um processo relevante para a democracia do país”, avaliou Guedes.
Outras duas testemunhas de acusação ainda serão ouvidas no processo, os ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró e Sérgio Machado.
O ministro do Tribuna Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin veio de Brasília para acompanhar o depoimento.
Caso o TSE julgue as contas irregulares e decida cassar a chapa ainda neste ano, o presidente pode ser afastado e novas eleições podem ser convocadas. Caso uma decisão nesse sentido ocorra a partir do ano que vem, a Câmara de Deputados elege um presidente para concluir mandato.
A estratégia de defesa do presidente Michel Temer é separar as contas do peemedebista das contas da ex-presidente Dilma. Segundo a denúncia, que partiu do PSDB, houve caixa dois na campanha presidencial em 2014, com dinheiro desviado da Petrobras.
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