O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) adiou a sua volta ao trabalho. Após ser preso em novembro do ano passado, ele foi solto na sexta-feira passada (19) por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). O petista avalia com sua equipe e advogados quais são as condições que têm para o exercício do mandato com base na decisão judicial que o libertou. Sua assessoria afirma que ele não virá ao Senado nesta segunda (22) e terça-feira (23). Caso seu retorno seja confirmado para quarta-feira (24), pretende fazer um discurso para marcar a volta.

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A decisão de Teori autoriza Delcídio a exercer o mandato, mas impõe recolhimento a prisão domiciliar quando não estiver trabalhando. Há dúvidas sobre em qual horário ele poderá ficar no Senado e se a autorização permite visitas a sua base eleitoral ou participação em outros eventos e reuniões fora da casa legislativa.

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O senador está com a filiação ao PT suspensa desde sua prisão. Mesmo assim, foi convidado para participar da reunião que a bancada sempre realiza às terças. Avisou que não comparecerá, mas já emitiu sinais de que aceitará o pedido do partido para deixar a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, uma das principais da Casa.

Delcídio ocupava a liderança do governo no Senado quando foi preso. Ele foi flagrado em uma conversa gravada oferecendo ajuda para que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró fugisse do país, além de prometer influenciar votos de ministros do STF para conseguir um habeas corpus para o ex-diretor. Segundo a acusação, Delcídio desejava que Cerveró não fechasse delação premiada ou, caso fizesse, omitisse crimes que o senador tivesse participado. A conversa foi gravada por Bernardo, filho do ex-diretor. Cerveró fechou a delação premiada e ainda está preso em Curitiba.

A assessoria do senador afirma que a intenção dele é voltar ao trabalho sem conflito com os colegas. Delcídio não deve trazer um discurso escrito para sua volta. Fará apenas anotações e falará de improviso.