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O delegado José Durval começa a ouvir na tarde desta segunda-feira os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra (MST) que participaram de uma confusão durante a marcha de abertura do Fórum Social Brasileiro, na quinta-feira da semana passada, em Recife. O delegado foi designado pelo comando da Secretaria de Defesa Social para investigar o caso, que resultou no ferimento de cinco sem-terra, entre eles o coordenador do MST em Pernambuco, Jaime Amorim, e três policiais.

Também será ouvida na tarde desta segunda-feira a advogada que entregou uma arma à Comissão de Cidadania da Assembléia Legislativa. A pistola seria do capitão Dimerson Mendes, que prestou queixa do desaparecimento da arma durante o tumulto. O capitão afirmou ainda que foi agredido durante a confusão.

O coordenador do MST de Pernambuco, Jaime Amorim, foi ao Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife, na tarde deste domingo para fazer um exame de corpo de delito. O IML tem um prazo de até dez dias para divulgar o laudo referente ao ferimento do líder sem-terra.

- Eu já fui ao médico e ele me deu um laudo no qual informa que foi um tiro, mas faltava eu vir no IML para ser comprovado. Eu não estou preocupado com isso, nem o movimento está preocupado se foi um tiro ou não. Foi um ferimento causado pela polícia, de uma forma truculenta e violenta contra uma população - disse Jaime Amorim.

Para a Associação dos Oficiais, Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar e dos Bombeiros, o MST promove a desordem no estado. O major Alberto Feitosa, que preside a entidade, afirmou que vai procurar o Ministério Público para impedir que o MST realize novas manifestações em Pernambuco.

- Todas as vezes que o MST se mobiliza, eles saqueiam, destroem, apedrejam; então, eles não podem se mobilizar. É sobre isso que queremos alertar, porque toda vez quem sofre é a sociedade - disse o militar.

O tumulto na passeata foi um dos assuntos do encontro entre o secretário de Defesa Social, Rodney Miranda, e Perli Cipriano, subsecretário de Direitos Humanos da Secretaria-geral da Presidência da República, realizado na noite deste domingo.

- É necessário que se apure antes, não se pode fazer um julgamento precipitado. De qualquer maneira, a polícia tem que agir no estrito cumprimento da lei, assim como o cidadão comum - disse Cipriano.

O secretário concordou:

- Nós estamos apurando, com todo rigor, com toda transparência e com toda isenção. Posso deixar bem claro, agora, que todos aqueles que cometeram abusos, de um lado ou de outro, serão punidos - assegurou.

Rodney Miranda encaminha nesta segunda-feira um ofício ao Ministério Público e à seção pernambucana da Ordem dos Advogados do Brasil para que as entidades acompanhem as investigações.

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