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Em depoimento ontem à CPI dos Grampos, o diretor da Divisão de Inteligência da Polícia Federal, delegado Daniel Lorenz de Azevedo, acusou de deslealdade o delegado Protógenes Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha, que culminou com a prisão do banqueiro Daniel Dantas. Afirmou ainda que dezenas de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) trabalharam de forma "clandestina" e "ilegal" na operação, além de argumentar que "há um descompasso" entre os recursos de R$ 400 mil gastos na Satiagraha e o resultado do inquérito. "É muito dinheiro. Eu nunca tive tantos recursos para fazer uma operação. Quando tive, peguei quase uma tonelada de cocaína", disse ele.

Lorenz, que era chefe imediato de Protógenes até o início de maio, afirmou ainda que investigações em andamento na PF apontam para uma participação na Satiagraha superior a 56 agentes da Abin – número repassado à comissão pelo diretor da Agência, Paulo Maurício.

O delegado explicou que Protógenes nunca comentou sobre a participação de agentes da Abin na operação. Lorenz disse também que Francisco Ambrósio, agente aposentado do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) que participou da Satiagraha, recebeu R$ 4,5 mil pagos por Protógenes com a verba secreta destinada à operação

No depoimento, Lorenz admitiu ainda ser "muito difícil" descobrir quem fez o grampo que captou a conversa entre o presidente do STF, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). E fez questão de dizer ainda que as maletas de propriedade da PF "têm profundas limitações técnicas para fazer interceptações telefônicas" e que o sistema "guardião" da PF, que permitiria a escuta telefônica de conversas, em nenhum momento foi usado em Brasília pelo delegado Protógenes.

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