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O delegado Armando de Oliveira Filho, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou nesta terça-feira que a polícia tem convicção absoluta que a advogada Carla Cepollina matou o coronel Ubiratan Guimarães, no dia 9 de setembro. O depoimento da advogada foi adiado para amanhã, quarta-feira, dia 27, às 14h. O delegado disse que ela deve ser indiciada após o interrogatório, por homicídio doloso e duplamente qualificado - motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima.

- Cem por cento de certeza. Estamos bastante seguros, temos um conjunto probatório coeso, nada que venha agora poderia alterar esta nossa convicção absoluta de ser Carla Cepollina a autora do crime - afirmou o delegado.

A mãe da advogada Carla Cepollina foi presa e autuada por porte ilegal de armas nesta madrugada, durante diligência feita pela polícia na residência das duas, em busca de provas ou indícios de participação de Carla no assassinato do coronel.

Na residência foram encontradas três armas: um revólver calibre 38, uma espingarda calibre 32 e uma pistola 765. Pelo menos duas destas armas teriam pertencido ao pai de Carla, mas não havia documento de transferência. Liliana foi detida e autuada por porte ilegal de arma, mas pagou fiança de R$ 800 e foi liberada.

Para o delegado, é improvável que o revólver calibre 38 utilizado no crime seja o mesmo encontrado na residência. Para a polícia, o coronel foi morto por uma de suas sete armas, um revólver calibre 38, que está desaparecido.

Nesta segunda, depois de depor no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) por cinco horas, Carla alegou cansaço e o interrogatório foi suspenso. Foi o quarto depoimento da advogada, que saiu escoltada por dois carros da polícia para a diligência em sua casa. Até agora, ela é a principal suspeita do crime. A expectativa é que ela seja indiciada por homicídio doloso, quando há intenção de matar, duplamente qualificado - motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima.

O depoimento foi acompanhado pelo advogado da família de Ubiratan, Vicente Cascione, pela promotoria e pelo representante do Ministério Público. De acordo com o advogado Vicente Cascione, Carla Cepollina entrou em contradições. A mãe de Carla, a advogada Liliana Prinzivalli, ficou insatisfeita com a presença do advogado da família do coronel e exigiu que ele mostrasse procuração. Em seguida, teria tentado direcionar perguntas feitas pelos delegados à Carla e começou um bate-boca.

O promotor que acompanha o caso, Luiz Fernando Vaggione, garantiu que ela deve ser indiciada pelo homicídio. Mas deve responder ao processo em liberdade.

- Apesar de ela negar a autoria do crime, isso não impede que ela seja indiciada - afirmou o promotor.

Laudos não entregues

Oficialmente, os laudos do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico Legal não foram entregues à polícia. A polícia tem dois motivos para o indiciamento: o cruzamento de dados telefônicos de Carla, da mãe dela e do coronel Ubiratan e também o laudo da perícia, que aponta que Carla permaneceu no apartamento de Ubiratan após a morte do coronel.

A perícia do Instituto de Criminalista concluiu que só Carla esteve no apartamento do coronel no dia 9 de setembro, um sábado, quando ele foi assassinado com um tiro. Em entrevista ao "Fantástico" neste domingo, Carla afirmou que se considera "a pata da vez".

- A polícia está sendo pressionada, e tem que achar um culpado. Eu sou a pata da vez.

Carla disse que a hipótese de briga por ciúme não tem fundamento, pela personalidade do coronel.

- Ninguém mandava nele, ninguém falava o que ele tinha que fazer. Então, esse papo de que "ele não estava" ou de que "eles estavam brigados", não tinha isso. Com ele, não tinha isso. Ou era, ou não era. - diz, afirmando mais adiante:

- Como eu poderia ter uma relação de ciúme com uma pessoa livre, que faz o que quer na hora que quer, e que era um homem político?

O promotor Luiz Fernando Vanggione disse que ela é a única suspeita.

- Até o momento não há outro indício que não aponte para ela - disse Vanggione, que descarta a necessidade de pedir prisão preventiva.

- Temos caso de vários suspeitos que respondem o caso em liberdade. Não existe privilégio neste episódio - afirmou o promotor.

Para a polícia, o crime foi passional.

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