Os presos das penitencárias de São Paulo têm em seu poder cerca de 1.200 telefones celulares. A revelação foi feita pelo delegado Ruy Ferraz Fontes, da Polícia Civil de São Paulo e que acompanha a ação da maior facção criminosa do estado desde o início de 2000, em outro depimento que prestou à CPI do Tráfico de Armas, em 2005. Ruy afirma ainda que seriam necessários três homens para vigiar e rastrear as ligações de cada um desses telefones. O delegado conta ainda ser impossível interceptar as ligações. Disse o delegado:
- O nosso maior problema hoje são dois. Esses dois problemas são os que estão impedindo que a gente isole essas lideranças na cadeia. O primeiro deles, e o mais sério, chama-se comunicação, telefonia celular. Dentro das 27 maiores penitenciárias do Estado de São Paulo, nós contamos com mais de 1.200 telefones celulares que estão espalhados. É simplesmente impossível interceptar o fluxo de comunicação que vaza por esses 1.200 celulares. É impossível. Nós precisaríamos de pelos menos três homens para cada celular, diuturnamente, para conseguir obter todas as informações que saem de lá. Esse é um problema seríssimo que estamos enfrentando e que acabamos não encontrando uma resposta por parte do Poder Público, porque nós tínhamos que encontrar uma resposta no sentido de impedir que essa comunicação saísse de dentro do presídio. Isso para nós tem sido um caso muito sério - disse.
O segundo problema a que se refere o delegado é o problema de armas que são adquiridas pelas facções. Em outro trecho, o delegado disse que 90% do conteúdo das ligações desses celulares se referem a crime.
- Todos os crimes recentes de grande monta partiram de dentro da cadeia - disse.
Ruy Ferraz afirma ainda que a facção criminosa utiliza explosivos usados em pedreiras.
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