Operação Saint Michel

Diretor da Delta é solto

Folhapress

A juíza Ana Cláudia Barreto da 5ª Vara Criminal do Distrito Federal determinou no final da tarde de ontem a soltura do ex-diretor da Delta na Região Centro-Oeste Cláudio Abreu. A decisão foi tomada com base no pedido de revogação da prisão apresentado pelos advogados de Abreu. Ele estava preso desde o último dia 25 de abril.

Apesar de solto, Abreu terá de cumprir algumas medidas cautelares. Deve comparecer mensalmente perante o juízo. Também fica proibido de manter contato com os demais réus e outras pessoas citadas na denúncia e terá de entregar o passaporte.

O ex-dirigente da Delta foi detido em Goiânia na operação Saint Michel, conduzida pela Polícia Civil do Distrito Federal e realizada como um desmembramento da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Abreu aparecem nas escutas feitas pela Polícia Federal, em conversas com o empresário Carlos Augusto Ramos,o Carlinhos Cachoeira, supostamente discutindo o pagamento de propinas e fraudes em licitações.

CARREGANDO :)

A Delta Construções, empresa sob suspeita de envolvimento com o grupo do contraventor Carlinhos Cachoeira, teria obtido R$ 139 milhões com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) entre 2010 e 2012, período das investigações que deram origem à Operação Monte Carlo. O valor representa mais da metade do total de empréstimos obtido pela construtora junto ao BNDES, cuja soma é de R$ 249,7 milhões.

O valor da dívida da em­­preiteira com o sistema BNDES-Finame é de R$ 160,3 milhões, com vencimentos até 2020, de acordo com a reportagem. Apenas no governo da presidente Dilma Rousseff foram cerca de R$ 120 milhões, sendo R$ 75,1 milhões em 2011. É o maior valor desde 2001, início das operações financeiras da construtora com o banco.

Publicidade

Ainda conforme o levantamento, o BNDES teria emprestado R$ 20,5 milhões à empreiteira, no período em que ela fez repasses a empresas gerenciadas por Geovani Pereira, tesoureiro de Cachoeira, procurado pela polícia. Entre elas estão a Alberto e Pantoja Construções, que recebeu R$ 26,2 milhões, e a Brava Construções, com R$ 13 milhões.

Os empréstimos feitos pela Delta fazem parte do Finame, linha específica para compra de máquinas e equipamentos. A empreiteira assinou 701 contratos, que variam de R$ 2,1 mil a R$ 4,3 milhões.

O BNDES afirmou que não iria se pronunciar sobre valores e contratos da Delta. Em relação à dívida, o banco informou que caberá aos agentes financeiros contratados acompanhar o andamento dos empréstimos.