Procurador do MPF, Deltan Dallagnol, é o coordenador da força-tarefa da Lava Jato.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF), disse nesta quinta-feira (26) que a delação de ex-executivos da Odebrecht dobrará o número de pessoas sob investigação.

CARREGANDO :)

“A perspetiva é que a operação dobre de tamanho. A colaboração da Odebrecht e de vários de seus funcionários são fatos trazidos que podem continuar em boa parte em Curitiba, mas muito provavelmente vão ser espalhados pelo Brasil criando uma espécie de filhos da operação”, disse, em entrevista à agência de notícias AFP.

Sérgio Cabral teria 1,8 milhão de euros só em diamantes

Leia a matéria completa
Publicidade

Deltan Dallagnol, que dirige a equipe que revelou o esquema de corrupção e desvio de dinheiro na Petrobras, declarou que os investigadores ficaram espantados com a sofisticação do esquema montado pela Odebrecht no chamado Setor de Operações Estruturadas, o ‘setor de propina’.

“Ficamos surpresos porque uma coisa é você saber a partir de pesquisas internacionais, estudos que a corrupção no Brasil é enraizada, sistêmica e volumosa; mas outra coisa é você ver o monstro em carne e osso com teus olhos”.

PF confisca Lamborghini Aventator e Porsche Cayenne de Eike Batista

Leia a matéria completa

Considerada a maior investigação de corrupção da história do Brasil, a Lava Jato já denunciou até o momento 259 pessoas, incluindo políticos e dirigentes das maiores empreiteiras do país. Dezenas de empresários e políticos já foram condenados à prisão, entre eles o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, que aderiu à delação premiada.

A investigação poderá dar agora um salto qualitativo, com as delações premiadas de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht.

Publicidade

“Estamos investigando milhares de crimes bilionários praticados por centenas de pessoas”, declarou Dallagnol.

Eike pagou propina de US$ 16,5 milhões a Sergio Cabral no Panamá

Leia a matéria completa

Mas a homologação das delações se viu retardada pela morte do juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) encarregado do caso, Teori Zavascki. Ele morreu no dia 19 de janeiro passado, na queda de um avião em Paraty, no litoral do Rio de Janeiro – morreram ainda outras quatro pessoas.

O Supremo discute no momento quem assumirá a relatoria da Lava Jato no lugar de Teori Zavacski.

“O juiz da Lava Jato pode determinar os rumos de toda a operação. A mentalidade dele, sua forma de pensar, sua visão do mundo e do direito pode determinar o sucesso ou o naufrágio da operação. Especialmente, o juiz que é o relator do caso no STF”, concluiu Dallagnol.

Publicidade