O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares voltou a dizer, nesta quinta-feira, em depoimento na CPI do Mensalão, que sua relação com o publicitário mineiro Marcos Valério era de confiança e que o empresário se mostrou à disposição para ajudar o PT, ao efetuar o empréstimo da ordem de R$ 50 milhões. O teor do empréstimo foi questionado pelo relator da CPI, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG):
- Qual a razão pela qual Valério lhe confiou a importância de R$ 50 milhões? Milagres não existem e Papai Noel também não. Ele teria que ter alguma segurança ou vantagem para emprestar esse dinheiro. De graça ele não saiu. Não há presente de R$ 50 milhões.
Delúbio rebateu:
- Não há presente. Há empréstimo. Nós tínhamos e temos a intenção de devolver o dinheiro corrigido.
Indagado, então, sobre como o partido pretendia pagar o empréstimo, ele respondeu:
- Estávamos trabalhando em 2004 numa campanha para tentar resolver. Não foi possível. E agora em 2005, tínhamos aprovado uma campanha pra isso. Com essas dificuldades, o PT fez uma auto intervenção e nós nos afastamos. Vamos enfrentar um problema jurídico para resolver esse assunto do dinheiro não contabilizado perante a Justiça Eleitoral. Essa é uma solução que tem que ser trabalhada agora com a nova direção do PT, que vai encontrar essa solução ou vai negar.
Sobre a possibilidade de fazer uma coleta de recursos entre integrantes do PT, conforme Delúbio já havia sugerido antes, o ex-tesoureiro continuou admitindo a hipótese:
- Essa é uma intenção.
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