O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares foi transferido nesta (28) para o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. A tranferência foi feita pela Secretaria de Segurança Pública após o juiz Bruno André Silva Ribeiro, da Vara de Execuções Penais (VEP), suspender o benefício de trabalho externo na Central Única dos Trabalhadores (CUT) devido às supostas regalias que ele recebeu dentro da prisão, como alimentação diferenciada.
Delúbio retornou ao Centro de Internamento e Reedução (CIR). O presídio é destinado a presos que estão no semiaberto, mas que ainda não receberam autorização para trabalhar. A decisão foi tomada após o Ministério Público afirmar que condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, que estão presos em Brasília, recebem regalias na prisão.
A defesa do ex-tesoureiro nega que ele tenha recebido tratamento diferente dos demais presos no Centro de Progressão Penitenciária, onde ele cumpria seis anos e oito meses no regime semiaberto. O presídio é destinado a detentos que possuem autorização de trabalho externo.
O juiz Bruno Ribeiro determinou abertura de um processo para apurar as supostas regalias. Em documento entregue à VEP na terça-feira (25), os promotores relatam que uma feijoada foi feita exclusivamente para a ala onde o ex-tesoureiro estava preso.
A decisão do juiz vale até o dia 18 de março, quando Delúbio prestará depoimento em uma audiência de advertência, por meio de videoconferência. O magistrado determinou também que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), informe as providências tomadas para acabar com as regalias.
Vagner Freitas diz que suspensão do trabalho de Delúbio "causa prejuízos"
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, afirmou nesta sexta-feira, por meio de nota, que a suspensão do trabalho do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares causa "estranheza" e prejudica o serviço que estava sendo prestado pelo petista. Um dos motivos da suspensão foram as denúncias de que o petista estava obtendo regalias durante o cumprimento da pena.
De acordo com Freitas, a CUT nunca foi notificada sobre procedimentos irregulares e tampouco sobre a decisão do juiz. A Justiça determinou que o presídio investigue a denúncia de que o petista havia pedido para estacionar o carro dentro do presídio.
Freitas nega que o carro da entidade tenha entrado nas dependências do Centro de Progressão Penitenciária, onde Delúbio estava, e afirma que um pedido para tal regalia nunca foi feito. "Como se pode verificar das inúmeras fotos dos assessores e/ou funcionários, amplamente publicadas e divulgadas pela grande imprensa, que buscam e deixam o Sr. Delúbio Soares no portão do CPP", afirma o presidente da CUT.
Freitas também nega que Delúbio tenha se reunido no presídio com qualquer dirigente da CUT. "Reafirmamos que nenhum dirigente da CUT ou dos seus sindicatos filiados esteve no CPP ou em qualquer outro estabelecimento prisional, para fazer reunião com o Sr. Delúbio. Até porque, como assessor da CUT, ele pode no cumprimento das suas funções profissionais propostas e aceitas pela VEP, reunir-se com eles no escritório da CUT onde cumpre seu expediente", escreveu.
O presidente reafirma ainda que todos os trâmites legais necessários para contratar Delúbio foram cumpridos e estão corretos. "Em nenhum momento, solicitamos ou obtivemos quaisquer privilégios para a realização dos trâmites que culminaram na sua contratação como assessor da nossa Central", escreveu Freitas.
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