O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares de Castro retirou nesta sexta-feira (8) o pedido para se reintegrar ao partido. Logo no início da reunião do diretório nacional do PT, Delúbio disse que não é nem será vítima. "Muito poucos podem dizer, como o companheiro expulso que vos fala: começaria tudo outra vez, se preciso fosse", afirmou o ex-secretário de finanças do PT, que foi expulso do partido no rastro do escândalo do mensalão, em 2005.
Diante dos antigos companheiros de partido, Delúbio disse que não pretende ser motivo de divisão interna, muito menos causar discórdia. O pedido de Delúbio para se reintegrar ao PT dividiu o partido. Preocupados com o desgaste político que o tema poderia causar na campanha da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Palácio do Planalto, em 2010, vários dirigentes do PT já trabalhavam para impedir que o Diretório Nacional examinasse o pedido do ex-tesoureiro. Percebendo o constrangimento, ele voltou atrás. "Não devo causar tipo algum de embaraço aos companheiros que se colocaram, corajosa e generosamente, a meu lado", afirmou.
Mesmo concordando em retirar o pedido da pauta da reunião do Diretório, Delúbio reafirmou sua inocência: "do que me acusam? Quantos são os políticos brasileiros que realizaram campanhas eleitorais sem que alguma soma, por menos que fosse, não tenha sido contabilizada? ", perguntou o ex-tesoureiro do PT. E completou: "Por que insistem em distribuir condenações e atribuir culpa, se quando o financiamento público de campanha se faz claramente necessário há a inevitável recusa em debater o tema?".
Lula
Delúbio pedia a refiliação ao PT para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, em 2010. Nem mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, apoiou a sua postulação. Para Lula, o retorno de Delúbio ao PT, nesse momento, seria "inoportuno" porque poderia reabrir as feridas do mensalão justamente na hora em que Dilma Rousseff precisa consolidar sua candidatura.
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