O DEM resolveu apertar o cerco e avisou o PSDB que a indicação do candidato a vice na chapa do pré-candidato do PSDB à Prefeitura, José Serra, é condição para fechar a aliança em São Paulo. A ação foi uma resposta aos tucanos, que fizeram chegar à cúpula do DEM informações de que Serra não aceitaria "vetos" a quem escolher como vice.
Em café da manhã nesta quinta na casa do presidente do DEM, senador José Agripino Maia, a cúpula do partido reforçou a tese de que deve ser do partido o postulante ao cargo. Também disseram que, para fechar a aliança na capital, o PSDB terá de apoiar ACM Neto à Prefeitura de Salvador. A operação na Bahia, capital que o DEM vê como estratégica, entrou no pacote.
Em São Paulo, o DEM trabalha com o nome do secretário estadual Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Social) para vice - Garcia e ACM Neto estavam presentes na reunião desta quinta.
Agripino já havia se encontrado na segunda-feira com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em São Paulo. Pediu a FHC que os tucanos cedessem mais nas negociações eleitorais em favor do DEM, principalmente em razão da fragilidade em que a sigla se encontra com a perda de quadros em 2011 para o PSD, do prefeito Gilberto Kassab.
Dono do quinto tempo de TV no horário eleitoral gratuito, o DEM alega que a indicação do vice consta de acordo firmado com o governador Geraldo Alckmin ainda no ano passado. Ocorre que as conversas começaram antes da definição da candidatura de José Serra.
O tucano não descarta a possibilidade de indicar um vice ligado a Kassab, desafeto hoje do DEM. Em conversas no Congresso, os aliados do ex-governador estão em campanha pelo secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider (PSD), que já foi do PSDB. Na prévia tucana, no domingo, o nome de Schneider circulou como o mais cotado entre os serristas.
Justiça Eleitoral
Antes de escolher o vice, o PSDB vai esperar a decisão da Justiça Eleitoral sobre pedido do PSD sobre ampliação do seu tempo de TV no horário eleitoral gratuito. Se o partido de Kassab ganhar, aumenta o cacife para indicar Schneider.
O DEM avisou os tucanos que não passa na executiva do partido o apoio a Serra tendo um candidato do PSD na vice. A cúpula do partido argumenta que, sem a vice, a tendência é levar o tempo de TV para a candidatura do deputado federal Gabriel Chalita (PMDB). Para Agripino, "o mais lógico, o mais natural", é o DEM indicar o vice. "Não existe imposição", afirmou o senador.
No PSD, a avaliação é que seria mais fácil os tucanos escolherem uma chapa puro-sangue do que aceitar uma indicação do DEM. Integrantes do partido de Kassab também trabalham por uma saída alternativa, caso não consigam o tempo de televisão no TSE. Seria apoiar a indicação de um vice de outro partido aliado, como o PTB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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