O DEM defendeu nesta quarta-feira (26) a continuidade das investigações sobre as denúncias de corrupção no Ministério do Esporte, mesmo com a saída do ministro Orlando Silva. Em nota, o partido também critica a presidente Dilma Rousseff, que não teria tido a iniciativa de afastar ministros envolvidos em denúncias de irregularidade. Segundo o DEM, apenas após as acusações veiculadas na imprensa e o agravamento da situação política é que os ministros deixaram o cargo. O DEM também demonstra preocupação com a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, dizendo que sua preparação sofre com a "confusão administrativa".
"O problema em boa parte dos ministérios onde houve troca de comando é que os supostos esquemas de desvios não se limitavam à atuação do ministro. As fraudes seriam componentes da estrutura política do próprio ministério. No caso do Esporte, por exemplo, existe a desconfiança de que os tentáculos de alguns dirigentes partidários mal-intencionados já estavam lá desde antes da chegada de Orlando Silva como chefe da pasta", diz trecho da nota.
Erro
O DEM comete um erro na nota, ao dizer que "com a saída de Orlando Silva, o governo da presidente Dilma Rousseff já soma seis ministros que precisaram abandonar o cargo após suspeita de uso indevido dos recursos públicos". Na verdade, um desses seis ministros - Nelson Jobim, que deixou a Defesa no início de agosto - saiu após dar declarações que desagradaram a presidente Dilma. Até o momento, deixaram a Esplanada por denúncias de corrupção: Antônio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura) e Pedro Novais (Turismo).
Orlando Silva é acusado pelo policial militar João Dias Ferreira, ex-militante do PCdoB, de desviar recursos do programa Segundo Tempo por meio de ONGs de fachada. Segundo o PM - ele próprio dono de uma das entidades que firmou convênio com a pasta - funcionava uma central de propina no ministério, com o fim de arrecadar recursos para o PCdoB. Orlando Silva, que também é filiado à legenda, nega as acusações e chama Dias de bandido. Mas sua situação ficou insustentável após a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) contra ele. Mais cedo, foi anunciado que o ministro vai entregar sua carta de demissão nesta quarta-feira em encontro com a presidente Dilma.
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