O secretário do DEM no Distrito Federal, Flávio Couri, marcou uma reunião do diretório regional do partido para a próxima quinta-feira para discutir o cenário eleitoral, agora que a disputa não deverá contar com a participação do vice-governador, Paulo Octávio.
Segundo Couri, o vice-governador comunicou ao diretório regional do DEM a decisão de não concorrer ao governo do Distrito Federal mas não aos colegas do diretório regional. "Ele, Paulo Octávio, não pode conversar com o partido pelos jornais", disse o secretário, em entrevista à Agência Estado.
Octávio vinha sendo mencionado como alternativa do DEM na disputa pelo governo local, uma vez que o atual governador, José Roberto Arruda, não poderá concorrer nas próximas eleições. Arruda é citado no Inquérito da Operação Caixa de Pandora como o chefe de um suposto esquema de arrecadação de propina entre empresas contratadas pelo governo local. Pressionado, ele pediu desfiliação do DEM em dezembro. Paulo Octávio também é acusado de ser beneficiário do esquema.
Ao sair da disputa, Paulo Octávio mexe no cenário eleitoral local. Flávio Couri admite, no entanto, que, desde que foi deflagrada a Operação Caixa de Pandora, o nome de Paulo Octávio vinha perdendo cada vez mais força dentro do partido. "Como seria a campanha? Propositiva ou apenas defensiva? Não tem imagem (do vice-governador recebendo maços de dinheiro), diferentemente do que ocorreu com o governador Arruda e deputados distritais, mas as acusações pesam", argumentou o secretário. Ele disse que estuda a possibilidade de "construir" um candidato entre os correligionários ou apoiar um candidato de um partido aliado (PSDB e PPS) para não ficar sem palanque no DF.
A saída de Paulo Octávio da disputa pelo governo embaralha também as eleições para o Legislativo, pois o vice-governador não descarta a chance de concorrer a outro cargo eletivo. Iniciado na vida política em 1990, ao ser eleito deputado federal, Paulo Octávio foi senador até 2006, quando se afastou do cargo para assumir como vice-governador.
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