DEM endurece confronto com PSDB
O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), deixou claro que não pretende voltar atrás na exigência de que o partido indique o candidato a vice de José Serra (PSDB) na disputa pela Presidência da República. Maia anunciou que, se necessário, levará o confronto até a convenção nacional do DEM na quarta-feira.
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A convenção estadual do DEM, realizada neste sábado (26) em Curitiba, marcou uma posição divergente dos democratas paranaenses em relação à cúpula nacional da legenda. Enquanto o DEM nacional condenou a indicação do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) a vice do presidenciável tucano José Serra, a maioria das lideranças do partido no Paraná apoiaram o nome do paranaense. A convenção estadual do DEM confirmou ainda o apoio da legenda à candidatura do tucano Beto Richa ao governo paranaense.
O anúncio de Alvaro como vice de Serra, na sexta-feira, foi mal recebido pela cúpula nacional do DEM, a ponto de o vice-presidente do Democratas, deputado federal Ronaldo Caiado (GO) ameaçar romper com os tucanos se a decisão não for mudada. O presidente nacional da sigla, deputado federal Rodrigo Maia (RJ) também se manifestou negativamente à decisão e disse que não medirá esforços para mudar o nome do vice. O DEM pleiteia a vaga que agora é de Alvaro.
Mas a maior parte das lideranças democratas no estado aceitou vem a indicação do tucano. O deputado Alceni Guerra (DEM-PR) disse que o apoio a Alvaro Dias é certo na bancada paranaense. "Vamos enfrentar o partido em nível nacional para defender a indicação do Alvaro Dias",disse ele. "Tem momentos na política que o amor à terra é tão ou mais importante que o amor ao partido." Alceni defendeu ainda que o deputado federal paranaense do DEM que não apoiar o nome de Alvaro "estaria cometendo um deslize". "Seria passar um recibo da falta de vontade de fazer o estado crescer."
O deputado federal Eduardo Sciarra (DEM) disse que, como paranaense, ele não pode ser contra a indicação de Alvaro. "O DEM nacional abriu mão do cargo pelo Aécio Neves e agora está cobrando a indicação", disse Sciarra. Ele afirmou ainda que, pessoalmente, é favorável ao nome do Alvaro.
Já o deputado Luciano Pizzato disse apoiar o nome de um paranaense, sem citar Alvaro, e argumentou que devem ser levadas em consideração as questões locais para a escolha nacional. Ele afirmou que todos os integrantes do diretório estadual do DEM aceitaram bem o nome de Alvaro, mas que aguardam uma solução nacional, até porque as críticas do diretório nacional foram muito duras. "A questão nacional não tem a ver com o nome do Alvaro, não é objeção pessoal e sim da forma como foi feito, porque vazou antes, não sabemos se por querer ou não."
Apesar disso, algumas lideranças do DEM no estado preferem ainda não se posicionar. É o caso do deputado federal Cassio Taniguchi. Ele disse não ter nada contra Alvaro, mas afirmou que essa é uma discussão que ainda deve ser feita pelo PSDB e pelo DEM.
Já o presidente estadual do DEM, o deputado Abelardo Lupion, foi uma das únicas vozes dissonantes, destoando dos companheiros de partido no assunto indicação de Alvaro a vice de Serra. "O PSDB não tem o direito de, para resolver uma questão paranaense [tirar o senador Osmar Dias da eleição para o governo do estado], negociar o cargo que já havia sido acordado." Segundo ele, há dois anos já havia sido negociado que o DEM faria a indicação do nome para vice da chapa de Serra. "O DEM não abre mão dessa indicação. Se não tivermos a vice, o partido pode fechar."
Lupion, que também foi contra o apoio do partido no Paraná a Beto Richa, disse que pedirá licença do cargo de presidente do partido no estado na próxima quarta-feira. O objetivo dele é criar um comitê no estado em favor da candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo estadual.
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