A guerra entre o PT de Marta Suplicy e o DEM de Gilberto Kassab na Justiça Eleitoral não pára. Do início do segundo turno até esta quinta-feira (16), segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), foram 53 representações feitas pela campanha da petista contra 29 do prefeito.
Até agora, Kassab tem levado vantagem em relação à Marta O prefeito e candidato à reeleição já conseguiu 13 direitos de respostas no rádio e na TV. A petista ainda não teve nenhuma decisão favorável.
A maior parte dos direitos de resposta concedidos até aqui se refere à inserção feita pela campanha de Marta na qual se pergunta ao eleitor se ele conhece Kassab. "Você sabe se ele é casado? Tem filhos?", diz o comercial, retirado do ar pela Justiça Eleitoral. Pelos cálculos da campanha do DEM, a propaganda do PT que fazia perguntas sobre a vida pessoal do prefeito já rendeu a ele 102 minutos de direito de resposta em inserções no rádio e 104 na TV. O tempo é a soma dos minutos das inserções que serão exibidas em cada emissora, segundo o advogado Ricardo Penteado.
Nesta sexta-feira, Penteado informou que o DEM vai entrar com nova representação na Justiça Eleitoral contra a campanha de Marta. Dessa vez, por conta de um manifesto de apoio à petista feito por padres da Igreja Católica para ser distribuído em igrejas. "Vamos entrar com uma notificação, fazendo uma advertência, pois trata-se de conduta ilegal", justificou o advogado do DEM.
"A lei proíbe que se faça campanha eleitoral em igreja ou templo Agora, fazer mensagem não tem nada a ver", rebateu o advogado do PT, Hélio Silveira.
Na véspera, Silveira entrou com uma representação na Justiça Eleitoral na qual pediu a cassação da candidatura de Kassab. O comitê petista acusou o prefeito de usar a máquina municipal em benefício próprio durante evento que contou com a participação do governador José Serra (PSDB), padrinho político de Kassab. O prefeito posou ao lado do tucano segurando um cheque simbólico de R$ 198 milhões, referente a investimentos da prefeitura nas obras do Metrô.
O próprio Kassab comentou a iniciativa do PT de impugnar sua candidatura. "É querer ganhar no tapetão. Foi um evento eminentemente administrativo e eu tenho muita satisfação de entregar ao governo do Estado os recursos que ela (Marta) disse que não entregaríamos", afirmou. "Foi R$ 1 bilhão na nossa gestão. Na gestão dela os recursos eram investidos nos túneis do Jardins. Evidentemente resta a ela fazer essa lamentável afirmação (de que Kassab está usando a máquina)", prosseguiu.
Já Marta recusou-se a falar sobre o assunto. A tarefa coube ao coordenador da campanha petista, Carlos Zarattini. "Vamos continuar batalhando, porque não é possível que o tribunal não enxergue essa evidência. A máquina pública municipal e a máquina pública estadual estão sendo usadas na campanha eleitoral", afirmou ele.
Tensa, a disputa entre Marta e Kassab na Justiça Eleitoral deve se estender até o dia 26, quando será realizado o segundo turno. Hoje, o advogado da petista reclamou até mesmo da forma como o prefeito tem aproveitado os direitos de resposta obtidos até agora.
Segundo ele, o DEM confunde o eleitor em seus direitos de respostas dando a entender que se trata de um comunicado da Justiça Eleitoral.
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