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O DEM protocolou nesta terça-feira (25) no Ministério Público Federal (MPF) uma representação contra o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. O partido pede que seja aberto um procedimento investigatório para apurar as condutas praticadas pelo ministro chefe do GSI, general Jorge Armando Félix, que, segundo a legenda, teria "queimado provas".

Na última sexta-feira (21), o governo informou, por meio de nota do GSI, que não há imagens, registros de placas de carros nem de autoridades que estiveram no Palácio do Planalto nos últimos meses de 2008, quando teria ocorrido o encontro entre a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e a ex-secretária da Receita Federal, Lina Viera.

Segundo relato da ex-secretária do Fisco, Lina Vieira, a ministra teria pedido na suposta reunião que ela "agilizasse" as investigações sobre o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A ministra, por sua vez, nega o encontro e o pedido.

O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), acusa o governo de estar omitindo provas. "É óbvio que ninguém pode acreditar que não havia registro da entrada da secretária [Lina Vieira]. Isso é muito grave, a utilização por parte da Casa Civil do seu poder para colaborar com uma pessoa que está sendo investigada pela Receita Federal", disse o deputado em entrevista no MPF, após protocolar a representação.

"É óbvio que as imagens existem, é óbvio que a ex-secretária esteve com a ministra Dilma e o governo mais uma vez colabora com esse momento tão ruim da política nacional", disse. "No mínimo, em um sistema obsoleto, fitas estariam guardadas em uma sala. Mas claro que temos a convicção de que não é assim, pois, se fosse, o ministro [Jorge Félix] já teria chamado a imprensa no início da polêmica para que a sociedade soubesse de fato como funciona aquela estrutura", acrescentou Maia.

'Queima de arquivo público'

Segundo o presidente do DEM, caso fique comprovado que houve "queima de arquivo público em benefício do próprio GSI ou do Palácio do Planalto", que o chefe do GSI seja responsabilizado pelos crimes de destruição de documento público e ainda sonegação ou inutilização de livro oficial ou qualquer documento.

"Esperamos, com a isenção do Ministério Público, que ele possa fazer uma investigação séria e rápida para mostrar se de fato houve ou não o encontro e se de fato a ministra Dilma usou do seu poder e de sua proximidade com o presidente Lula para ajudar um político que tem força no parlamento e é um potencial aliado da candidatura da ministra Dilma", destacou o deputado.

O presidente do DEM afirmou ainda que o partido aguarda resposta da Casa Civil sobre requerimento apresentado pelo líder do DEM na Câmara, deputado Ronaldo Caiado, requisitando "informações sobre a agenda oficial da ministra Dilma Rousseff e as gravações do circuito interno e externo do Palácio do Planalto, que monitoram o acesso de veículos e pessoas".

O documento foi encaminhado pela Câmara dos Deputados na última sexta-feira (21) e, segundo o DEM, a Casa Civil teria até 30 dias para respondê-lo. Caso haja recusa ou a não-prestação de informações em um mês, bem como a prestação de informações falsas, a legenda informou que irá ingressar com uma nova representação contra Dilma Rousseff, por crime de responsabilidade.

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