A ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) pode ter que dar explicações à Comissão de Ética da Presidência por ter responsabilizado a oposição pelos boatos do fim do programa bolsa família, que provocou tumultos em agências da Caixa Econômica Federal em maio. O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), protocolou nesta terça-feira (16) uma representação pedindo que a comissão avalie a conduta da ministra.
Segundo a ação, a ministra infringiu o artigo 3º do Código de Conduta da Alta Administração Federal. Pelo Código, as autoridades devem se pautar "pelos padrões da ética, sobretudo no que diz respeito à integridade, à moralidade, à clareza de posições e ao decoro, com vistas a motivar o respeito e a confiança do público em geral".
"A ministra afastou-se da liturgia do cargo ao declarar, por meio do Twitter, sua opinião a respeito dos responsáveis pela disseminação do boato de extinção do Bolsa Família. Sem provas e sem medir as consequências de sua declaração", disse Caiado.
Pelo Twitter, a ministra afirmou que "boatos sobre fim do bolsa família deve (sic) ser da central de notícias da oposição". A Polícia Federal concluiu as investigações do caso na qual afirma não ter não ter havido crime na difusão de boatos sobre o Bolsa Família.
Ao negar que a PF tenha agido sob orientação política do governo para não apontar culpados, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse que foi "impossível" identificar as causas dos boatos. "O que se detectou é que foram vários boatos simultâneos, sendo impossível detectar a causa. Foi um conjunto de circunstâncias que levou a isso, não sendo possível identificar uma fonte para autoria específica dessas situações", afirmou.
Cardozo disse que a Polícia Federal ouviu mais de cem pessoas no inquérito, entre elas os primeiros beneficiários que foram às agências da Caixa tentar sacar o pagamento do programa na época.
O ministro afirmou que a PF também ouviu pessoas que teriam recebido ligações de uma empresa de telemarketing afirmando que o Bolsa Família ia acabar, mas Cardozo disse que não foi possível à PF identificar se isso, de fato, ocorreu
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